ATA DA TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 06-05-2002.

 


Aos seis dias do mês de maio do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Luiz Braz, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Raul Carrion e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Primeira Sessão Extraordinária, foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Haroldo de Souza, 02 Pedidos de Providências e a Indicação n° 017/02 (Processo n° 1676/02); pelo Vereador João Antonio Dib, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 17 Pedidos de Providências; pelo Vereador Nereu D'Avila, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 003/02 (Processo n° 1610/02). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios n.ºs 300, 305, 306 e 307/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, foram apregoados os seguintes Requerimentos: de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Paulinho Rubem Berta, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos; de autoria do Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Sofia Cavedon, do dia quatro ao dia onze de maio do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes; de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pela Vereadora Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PPS, informando o impedimento dos Suplentes Antônio Augusto Bernd e Wilton Araújo em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição a Sua Excelência; pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e Berna Menezes em assumirem a vereança do dia quatro ao dia onze de maio do corrente, em substituição à Vereadora Sofia Cavedon; pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e Berna Menezes em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Juarez Pinheiro. Também, foi apregoado documento firmado pelo Vereador Paulinho Rubem Berta, comunicando a desfiliação de Sua Excelência junto ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB - no dia vinte de março do corrente e sua filiação ao Partido Popular Socialista - PPS - no dia vinte e cinco de março do corrente. A seguir, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Alfredo Raimundo Macalé, falecido no dia cinco de maio do corrente. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Nair Esther dos Santos Machado, Presidenta do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre, que teceu considerações acerca da Lei Municipal n° 7.109/92, que regulamenta a abertura do comércio aos domingos no Município de Porto Alegre, salientando que a aprovação da referida legislação teve apoio dos comerciários desta Capital. Também, procedeu à análise das negociações do sindicato da categoria com os empregadores, no que tange à questão. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion, Fernando Záchia, Nereu D'Avila, Carlos Alberto Garcia, Luiz Braz, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Cassiá Carpes e Marcelo Danéris manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Bosco Vaz, manifestando-se acerca da proposta em tramitação neste Legislativo, que autoriza a abertura do comércio aos domingos, criticou a sistemática de atuação adotada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Porto Alegre - SINDILOJAS - quanto à referida questão, salientando o acordo firmado entre a Associação Gaúcha dos Supermercados - AGAS - e o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado - SINDIGÊNEROS, o qual garante a abertura dos supermercados nesses dias. Na ocasião, o Vereador Nereu D'Avila comunicou que Sua Excelência e os demais integrantes da Bancada do Partido Democrático Brasileiro - PDT - se ausentariam da presente Sessão Ordinária, a fim de acompanhar entrevista do Vereador José Fortunati, a ser concedida na sede dessa agremiação partidária. Também, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e das monitoras Inês Simon e Ivone Pedroso, do Centro da Juventude de Porto Alegre - Casa da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor - FEBEM, presentes a este Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Às quinze horas e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e onze minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Vereador João Antonio Dib registrou o transcurso, hoje, do Dia do Taquígrafo, cumprimentando os funcionários do Setor de Taquigrafia deste Legislativo. Também, face manifestação do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Juberlei Bacelo, cumprimentando os comerciários porto-alegrenses presentes nesta Sessão Ordinária, aprovou a atuação do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre e da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio - SMIC - na questão da abertura do comércios aos domingos. Também, chamou a atenção para as atividades sindicais desenvolvidas por Sua Excelência pela melhoria das condições de trabalho dos bancários. O Vereador Zé Valdir procedeu à análise de argumentos utilizados pelos proprietários de estabelecimentos comerciais em Porto Alegre no que tange à necessidade de abertura do comércio aos domingos, salientando a importância do período de descanso e lazer para os comerciários. Também, relatando observações de Sua Excelência em viagens a diversos países da América do Sul e da Europa, discursou sobre o funcionamento de estabelecimentos comerciais aos domingos nesses locais. O Vereador Adeli Sell dissertou acerca do comércio informal em Porto Alegre, manifestando-se favoravelmente à regulamentação dessa matéria. Também, teceu considerações acerca de denúncias de irregularidades no cumprimento da jornada de trabalho no Conselho Tutelar da Microrregião 6, salientando a falta de fiscalização dessa entidade quanto à venda de bebidas alcoólicas para adolescentes no Bairro Ipanema aos sábados e domingos. O Vereador Aldacir Oliboni discorreu acerca do Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 026/01 (Processo n.º 4465/02), de autoria de Sua Excelência, que proíbe a cobrança de serviços de estacionamentos prestados nas situações previstas na Lei Complementar Municipal n.º 434/99. Também, referiu-se sobre denúncias de irregularidades no processo de licitação do Grupo Hospitalar Conceição para aquisição de órteses e próteses destinadas a pessoas portadoras de deficiência. O Vereador Almerindo Filho, tecendo críticas às políticas administrativas adotadas pelo Executivo Municipal, traçou um comparativo entre a administração do ex-Prefeito José Loureiro da Silva com a sistemática de atuação adotada pelos Senhores Olívio Dutra, Tarso Genro e Raul Pont como Prefeitos Municipais de Porto Alegre. Também, externou sua contrariedade à ausência de respostas a Pedidos de Informações formulados por Sua Excelência. O Vereador Reginaldo Pujol manifestou-se favoravelmente ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 089/02 (Processo n.º 1574/02), de autoria do Vereador Haroldo de Souza, que dispõe sobre a abertura do comércio aos domingos e feriados no Município. Também, analisou criticamente os dispositivos legais que regulamentam a matéria nos âmbitos Federal e Municipal, defendendo a idéia da realização de um plebiscito para dirimir essa questão. O Vereador Sebastião Melo registrou a participação de Sua Excelência em reunião realizada entre o Poder Público e a comunidade, no dia quatro de maio do corrente, para debater questões pertinentes à implantação de uma pista de eventos na Cidade. Também, referiu-se à importância da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, com o intuito de investigar denúncias de irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Na ocasião, face Questão de Ordem e manifestações dos Vereadores Zé Valdir, Sebastião Melo e Estilac Xavier, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do artigo 182, parágrafo único, do Regimento, o qual dispõe sobre alterações na ordem de inscrição dos Senhores Vereadores no período de Comunicações. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion discursou sobre as normas legais atualmente em vigor, que possibilitam a abertura do comércio aos domingos e feriados no Município de Porto Alegre, destacando a importância do entendimento consensual entre os sindicatos patronais e a categoria dos comerciários para tratar desse assunto. Ainda, aludiu a precedente administrativo que determina a competência municipal para regulamentar essa matéria. Na oportunidade, foi apregoada a Emenda n.º 01, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, ao Projeto de Lei do Executivo n.º 038/01 (Processo n.º 4652/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Raul Carrion, no que diz respeito à abertura do comércio aos domingos e feriados em Porto Alegre. Nesse sentido, contrapôs-se às as relações de trabalho estabelecidas em países que professam a ideologia comunista, afirmando que, no entender de Sua Excelência, os mesmos desrespeitam os direitos trabalhistas. O Vereador Paulinho Rubem Berta, discursando sobre o crescimento dos índices de violência no Estado e no Município, mencionou as condições estruturais dos órgãos que integram a Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança, no que tange à aplicação de medidas para coibir o aumento da criminalidade no Bairro Rubem Berta. Também, chamou a atenção do Executivo Municipal para a necessidade de implantação de uma unidade pública de saúde nesse local. O Vereador Marcelo Danéris pronunciou-se sobre Projetos de Lei em tramitação na Ordem do Dia, informando que a Bancada do Partido dos Trabalhadores deste Legislativo votará contrariamente ao Parecer n.º 035/02, da Comissão de Constituição e Justiça, o qual é favorável ao Requerimento n.º 023/02 (Processo n.º 0635/02), que prevê a instalação de uma CPI para averiguar possíveis irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Na ocasião, o Senhor Presidente destacou a necessidade da manutenção da ordem nas galerias do Plenário Otávio Rocha, tendo os Vereadores Isaac Ainhorn e Fernando Záchia manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Brum teceu críticas ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul pelas políticas sociais adotadas. Também, manifestou-se sobre Emenda apresentada por Sua Excelência ao Orçamento Anual do Município de Porto Alegre para o ano dois mil e um, que prevê a destinação de recursos públicos para a aquisição de próteses e órteses para uso de pessoas portadoras de deficiência, denunciando o descumprimento das disposições constantes nessa legislação por parte da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O Vereador Fernando Záchia comentou o teor de resposta a Pedido de Informações apresentado por Sua Excelência ao Executivo Municipal e dirigido à Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC, relativo à destinação dos recursos auferidos por essa Empresa através da cobrança de multas decorrentes de infrações de trânsito, criticando os termos em que a referida resposta foi apresentada e informando que apresentará Representação à Mesa Diretora deste Legislativo, no que tange ao assunto. O Vereador João Antonio Dib externou sua contrariedade aos atrasos e à ausência de resposta a Pedidos de Informações formulados pelos Senhores Vereadores ao Executivo Municipal. Também, afirmou a ocorrência de irregularidades em construções realizadas pela Prefeitura Municipal em logradouros da Cidade e teceu críticas à atuação da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio - SMIC, especialmente no que tange à fiscalização das atividades do comércio aos domingos. O Vereador Valdir Caetano discorreu sobre o Projeto de Lei do Legislativo n° 297/01 (Processo n° 4595/01), de autoria de Sua Excelência, que regulamenta a instalação de controladores eletrônicos de velocidade no Município de Porto Alegre, defendendo a adoção de medidas públicas que viabilizem a implantação de campanhas de educação no trânsito, em detrimento do caráter fiscal observado nas autuações e na arrecadação de valores a título de multas de infração de trânsito. O Vereador Elói Guimarães manifestou-se sobre a invasão de propriedade rural localizada no Município de Hulha Negra - RS - por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, afirmando que a referida propriedade é produtiva, não se destinando à realização de assentamentos. Nesse sentido, apresentou restrições à posição do Governo do Estado do Rio Grande do Sul quanto ao assunto, especialmente no que tange à atuação da Brigada Militar durante invasões dessa natureza. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda n° 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo n° 038/01 (Processo n° 4652/01). Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 027/01; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo n° 027/02, os Projetos de Lei do Legislativo n°s 076, 081 e 088/02, o Projeto de Resolução n° 069/02. Na ocasião, os Vereadores João Antonio Dib, Luiz Braz e Haroldo de Souza manifestaram-se acerca dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador João Carlos Nedel, solicitando alteração na ordem e na sistemática de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Votação, foi aprovado o Parecer n° 035/02, da Comissão de Constituição e Justiça (Processo n° 0666/02), por dezoito votos SIM e dez votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Zé Valdir, João Batista Pirulito e Juberlei Bacelo. Na ocasião, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Marcelo Danéris e Nereu D'Avila, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os efeitos decorrentes da aprovação do Parecer n° 035/02, da Comissão de Constituição e Justiça, em relação ao Requerimento n° 023/02 (Processo n.º 0635/02), de autoria do Vereador Nereu D'Avila, que solicita a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - para averiguar denúncias de irregularidades na administração do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Também, o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando seja fornecida certidão sobre a instalação da CPI acima referida. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados conjuntamente e aprovados os Projetos de Lei do Legislativo n°s 130, 131, 132, 281 e 286/01 e os Projetos de Resolução n°s 055/01, 001, 002, 003, 004, 006, 007, 008, 009, 011, 013, 015, 019, 020, 027, 028, 045 e 058/02. Na ocasião, face Questão de Ordem e manifestação do Vereador Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a votação das matérias acima mencionadas e sobre os trabalhos da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 038/01, por vinte e cinco votos SIM e um voto NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Dr. Goulart, Luiz Braz e Antonio Hohlfeldt e encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Raul Carrion, Sebastião Melo, Antonio Hohlfeldt, Estilac Xavier, Luiz Braz e Isaac Ainhorn, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Dr. Goulart, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Zé Valdir, João Batista Pirulito, Juberlei Bacelo e Paulinho Rubem Berta e Não o Vereador Antonio Hohlfeldt, com Declaração de Voto. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo n° 038/01, o Vereador Paulinho Rubem Berta cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Luiz Braz. Também, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das normas regimentais que versam sobre a apresentação de Declarações de Voto. Ainda, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a alteração de termos constantes no pronunciamento efetuado por Sua Excelência durante a discussão do Projeto de Lei do Executivo n° 038/01. Ainda, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do Dia do Taquígrafo, cumprimentando os profissionais de taquigrafia que exercem suas atividades na Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezoito horas e trinta e um minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Paulo Brum. Do que eu, João Carlos Nedel, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, 6 de maio.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Ver.ª Clênia Maranhão, e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

A Ver.ª Sofia Cavedon solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 4 a 11 de maio.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Ver.ª Sofia Cavedon, e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. Juarez Pinheiro solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, 6 de maio.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Juarez Pinheiro, e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Apregoamos a declaração de desfiliação do PMDB e ingresso no PPS do Ver. Paulinho Rubem Berta, a partir do dia 20 de março de 2002.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, requeiro que se faça um minuto de silêncio pela morte de Alfredo Raimundo Macalé, uma homenagem a um homem que foi Rei Momo, Presidente da Associação das Entidades Carnavalescas da nossa Capital, e por todo o relevante trabalho que prestou à nossa Cidade, ao nosso Rio Grande.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Defiro o Requerimento de V. Ex.ª. Faremos um minuto de silêncio em memória a esse grande sambista, carnavalesco, Macalé.

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Sr.ª Nair Esther dos Santos Machado, representando o Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

A SRA. NAIR ESTHER DOS SANTOS MACHADO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, companheiras e companheiros aqui presentes, o Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre voltou mais uma vez a esta Casa e se sente muito honrado para falar do domingo. Temos a Lei n.º 7.109, hoje em vigor, que foi aprovada e regulamentada em 1992. Uma lei amplamente discutida com os Srs. Vereadores, com a sociedade, com os trabalhadores, também com o Sindicato dos lojistas, foi uma lei, praticamente, feita de comum acordo. Uma lei que se tornou muito importante para o País inteiro, haja vista que várias cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil estão copiando o exemplo desta Casa, apresentando-a nas suas Câmaras de Vereadores, sendo aprovada em muitas cidades. De 1992 para cá, temos feito acordo praticamente todos os anos, apenas em 1993 não houve acordo para a abertura do comércio aos domingos, porque o SINDILOJAS, naquela época, juntamente com o seu departamento jurídico, insistia, como insistiu até o ano de 2000, na condição de fechamento do acordo, não só da abertura do comércio aos domingos como também das convenções, dos dissídios coletivos, acordo esse que só assinariam se nós concordássemos com a proposta dos supermercadistas. Essa foi sempre a condição imposta pelo SINDILOJAS. De 1997, 1998 para cá as coisas começaram a mudar: o supermercado começou a aumentar os seus pisos, começou a melhorar a sua proposta, tanto que o prêmio pago aos trabalhadores para o dia de domingo, no setor supermercadista, aumentou em 140%, e no setor lojista apenas 86% nos últimos quatro anos. No ano que passou, na época da negociação, em 2001, os lojistas optaram, falaram bem claro para a imprensa, para nós, que queriam apenas os três domingos que antecediam o Natal, porque era de forte apelo comercial, não queriam os demais domingos do ano para não pagar mais o prêmio dado aos trabalhadores. Não queriam mais, segundo eles, as regras impostas pelo Sindicato para proteção do trabalho aos domingos. E nós sabíamos, naquele momento em que ele dizia “não”, que era uma estratégia, era o começo de uma estratégia, que não sabíamos direito qual era, para forçar a população e esta Casa a alterar a Lei que hoje está em vigor, a Lei n.º 7.109. Foi firmado em 7 de dezembro, com validade por um ano, portanto, com validade até 31 de dezembro, o acordo que estabelece as regras que regulamentam a abertura do comércio aos domingos que antecedem datas festivas de forte apelo comercial. De dezembro para cá, temos recebido um bombardeio da imprensa, que tem ligado toda a semana, perguntando ao nosso Sindicato por que não fechamos acordo com os lojistas para abrir o comércio aos domingos em Porto Alegre no ano de 2002? Para surpresa nossa, a coisa se inverteu. Os lojistas nunca quiseram fazer acordo para abrir o comércio aos domingos. Fizeram acordo para abrir apenas três domingos e assinaram esse acordo com validade de doze meses, que finda em 31 de dezembro. E continuou o bombardeio.

Nós nos mantivemos sempre com a nossa mesma postura, nós não queremos trabalhar domingo da forma como o SINDILOJAS sempre propôs, e, se o SINDILOJAS quer abrir o comércio aos domingos, ele que nos procure, que apresente uma proposta para abrir as negociações, para abrir novamente o processo da convenção coletiva; nunca fez isso. Surpreendeu-nos que tivessem a coragem de ir para a imprensa na semana passada, na segunda-feira, convocaram uma coletiva, onde o SINDILOJAS incitava os comerciantes da Cidade a abrirem suas lojas nesse domingo e jogaram para o alto a sua assinatura numa convenção coletiva. E jogaram para o alto uma lei em vigor na cidade de Porto Alegre e incitaram a semana inteira os comerciantes a abrirem o comércio no domingo, dizendo que não seriam autuados, não seriam multados, porque era legal abrir o comércio aos domingos. Uma grande mentira. Não há uma única decisão que diga que a Lei de Porto Alegre é inconstitucional. O que nós temos aqui são várias decisões judiciais que julgaram constitucional a Lei n.º 7.109, decisões de vários Juízes que dizem que a Lei deve ser cumprida na cidade de Porto Alegre, e cabe ao Poder Público vigiar o cumprimento dessa Lei. A semana inteira foi jogada para toda a sociedade, para toda a população e usados os meios de comunicação para isso, dizendo que a Lei não tinha valor, e houve quem acreditasse, mesmo com o Sindicato insistindo e mostrando que a Lei havia sido aprovada por esta Casa, e que a Lei foi julgada constitucional, entraram com uma ação direta de inconstitucionalidade a favor da abertura do comércio aos domingos. E o SINDILOJAS insistiu ainda.

Surpresa maior nossa quando o SINDILOJAS, sexta-feira, convocou outra coletiva dizendo que os comerciantes não abririam o comércio no domingo, diante do clima belicoso. Ora, eles subestimaram a atuação, a legitimidade do Sindicato, subestimaram também o Poder Público do Município de Porto Alegre, subestimaram esta Casa que vem discutindo e acompanhando desde 1990 a questão da abertura do comércio aos domingos. Subestimaram os Srs. Vereadores, sim, porque não respeitaram aquela decisão tomada nesta Casa, não respeitaram a lei, e nós trabalhadores respeitamos a lei sempre. Quando nós ousamos desrespeitar uma norma de uma empresa, que não é lei é uma norma, nós somos punidos com a demissão. Vimos, nessa semana, uma pessoa incitando a desobediência civil, porque o descumprimento de uma lei nada mais é do que a desobediência civil, a vergonhosa desobediência civil que os lojistas pregaram nesta Cidade e não foram punidos. Procuramos o Poder Público, procuramos o Ministério Público, entramos com uma representação contra o SINDILOJAS e contra a pessoa do Presidente, ganhamos uma liminar na Justiça que proibia o SINDILOJAS, o Sr. Alceu Marconato de falar sobre a abertura do comércio aos domingos, incitando os lojistas a abrirem suas portas neste domingo. Entramos na Delegacia Regional do Trabalho para que efetivassem as condições para que colocassem mais fiscais na rua fiscalizando o cumprimento da convenção coletiva depositada naquela Delegacia, e vimos, com espanto, os integrantes da Delegacia dizendo que não aumentariam o seu efetivo, ou seja, que ficariam apenas dois fiscais fiscalizando o Município de Porto Alegre. Era exatamente isso que os lojistas queriam ouvir. Pregaram a semana inteira também que uma norma interna do Ministério do Trabalho proibia a fiscalização sobre a abertura do comércio aos domingos, e nós não estávamos falando, naquele momento, com a DRT sobre a abertura do comércio aos domingos; nós estávamos falando do cumprimento de uma convenção coletiva, porque cabe ao Ministério do Trabalho fiscalizar esse cumprimento, como cabe ao Município desta Cidade, à SMIC, fiscalizar a abertura do comércio aos domingos, porque existe uma Lei que regulamenta essa abertura. Ouvimos durante a semana inteira, os lojistas dizerem que não era para cumprir, ouvimos entrevistas absurdas dizendo que o clima era belicoso e hostil. O que queriam por parte dos trabalhadores, quando, durante a semana, fizeram isso? Queriam que nós ficássemos quietos, que nós não reclamássemos, que nós não agíssemos e não mostrássemos a força do trabalhador, concordando com o que eles estavam dizendo, quando nós sabemos que estamos com a Lei do nosso lado, quando nós sabemos que a Lei e a ordem têm de ser cumpridas, porque é isso que pregamos sempre.

O que se passa não sei, mas o que sei é que, a partir desta semana, os lojistas estarão nesta Casa, mais uma vez, pressionando os Srs. Vereadores, porque o que o lojista quer, e isso não é imaginação do Sindicato, não é invenção nossa, está escrito nos jornais, e ouvimos por intermédio das entrevistas que os dirigentes do SINDILOJAS têm dado, os lojistas desta Cidade querem abrir o comércio aos domingos sem onerar os empresários, querem abrir apenas pelo lucro, sem regulamentar o trabalho aos domingos, eles têm dito e querem usar esta Casa para explorar o trabalhador, porque esta Casa mostrou que é séria, mostrou que a Lei tem de ser cumprida, mostrou sensibilidade e esta Casa vai ser usada, mais uma vez, pelos lojistas.

Nós temos a tranqüilidade, temos a certeza de que esta Casa vai continuar olhando não só para os trabalhadores do comércio, vai continuar olhando e zelando pelo bem-estar do cidadão porto-alegrense, como tem feito até agora. Nós não vamos discutir a posição de cada Vereador, quando o Vereador é contrário a nossa, porque nós respeitamos e temos mostrado que respeitamos a posição de cada um, respeitamos quando ela é séria, quando ela tem argumentos, mesmo que não nos convençam, nós a respeitamos.

Quero parabenizar esta Casa, quero reforçar a confiança que os trabalhadores têm nos Srs. Vereadores, na confiança que têm nos demonstrado e que nunca foi traída. Muitas vezes, magoa a posição de um ou outro Vereador, mas no conjunto, e no todo nunca nos traíram. Nós confiamos nesta Casa, vamos continuar confiando e trazendo argumentos aos senhores, mostrando que a abertura do comércio aos domingos, da forma como querem, não irá gerar mais emprego, pelo contrário, está gerando desemprego como aconteceu neste final de semana. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Convido a Sr.ª Nair Esther dos Santos Machado para fazer parte da Mesa para que possamos ouvir a manifestação das Bancadas.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr.ª Esther Machado, Presidenta do SINDEC, em nome de quem saúdo todas as Lideranças Comerciárias que se encontram aqui e a categoria. Na verdade, foi uma irresponsabilidade que nós denunciamos duramente, diversos Vereadores denunciaram duramente da tribuna desta Casa, a atitude do Sr. Alceu Marconato incitando o desrespeito à lei, o desrespeito a esta Casa e um verdadeiro incitamento à baderna. Nós observamos, neste final de semana, “a chamada Batalha de Itararé”, a batalha que não aconteceu. Na verdade, a legislação federal, a Constituição que trata da questão, que legisla sobre o interesse local, a CLT, a Lei n.º 10.101 de 2000 onde eles liberaram a abertura do comércio, mas sempre dizendo, respeitada a legislação municipal, a própria decisão do Pleno do Tribunal de Justiça do Estado, o procedimento que eles tanto falaram o de n.º 45, ele diz com todas as letras que prevalecerá, acima de tudo, a competência municipal.

Então, não há dúvida sobre a legalidade, sobre a validade da Lei que existe em Porto Alegre e que vem sendo corretamente aplicada. Por que então, Sr.ª Presidenta, todo este barulho? Eu quero dar uma pista, no entendimento deste Vereador. Na verdade, toda a baderna que o Sr. Marconato fez foi uma cortina de fumaça para as pressões que se seguirão agora e os Projetos que surgirão nesta Casa para modificar a Lei Municipal. Porque eles têm consciência de que enquanto existir essa Lei eles não podem abrir o comércio aos domingos. A tentativa foi de criar uma comoção para justificar, agora, a modificação da Lei.

Concluo, dizendo que a Bancada do PC do B, que desde o início da década de 80, quando aqui era liderada pela nossa Deputada Jussara Cony, está solidária e junto com a categoria comerciária para garantir o descanso dominical e o descanso nos feriados. Um abraço.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Eu queria cumprimentar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Sr.ª Nair Esther, Presidenta do Sindicado dos Empregados do Comércio de Porto Alegre, e ressaltar que falo em meu nome, não falando no nome do Ver. Sebastião Melo, e dizer que sou favorável à liberdade da abertura do comércio, acho que essa é uma discussão importante, tem de ser feita para a cidade de Porto Alegre. E, esses dias, questionado por uma rádio de Porto Alegre sobre minha posição, se estava a favor do Sindicado dos Empregados ou dos Empregadores, dizia, na ocasião dessa entrevista, que estava a favor da população da cidade de Porto Alegre. Acho que liberdade de comércio não quer dizer necessariamente abertura de comércio. É importante que nós possamos, cada vez mais, avançar nessa discussão, nesse tema, que possamos preservar os direitos legítimos dos empregados, mas que possamos também pensar no desenvolvimento natural de uma grande cidade. Porto Alegre é hoje uma grande cidade. Algumas grandes cidades do Brasil já têm experiência positiva dessa abertura, outras ainda não.

Acho que se tem de avançar nessa discussão, deve ser feita uma reflexão maior, mas Porto Alegre não pode ficar numa disputa de sindicatos, numa disputa de empregadores fazendo com que essa disputa possa trazer prejuízo ao todo, possa trazer prejuízo à coletividade de Porto Alegre.

Por isso saúdo, evidentemente, a Presidenta, que muito legitimamente, muito bem representa o seu sindicato, a todos os comerciários que aqui estão, mas dizendo que esta Casa já sofreu algumas pressões em outros momentos, e sempre soube se postar da melhor maneira possível. E tenho certeza absoluta de que esta Casa é o lugar para se fazer essa discussão, pois vai saber respeitar o posicionamento de todos e vai saber resguardar os interesses da coletividade. Esse é o nosso objetivo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento. Transfiro a presidência dos trabalhos ao Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, no exercício dos trabalhos, Ver. João Carlos Nedel, ilustre Presidenta do SINDEC, senhoras e senhores que nos honram com suas presenças; Sr.as e Srs. Vereadores, a Bancada do PDT, por maioria, mantém a sua posição a favor da lei, a favor dos comerciários.

A questão agora é recorrente: discutir o mérito. Nós ficamos com a questão só jurídica, por quê? Porque enquanto existir uma lei e existe a Lei n.º 7.109, esta lei inteligente remeteu para um acordo. A Lei não ficou parcialmente em cima do muro, ela remeteu a um acordo. Este acordo vinha sendo cumprido. No ano passado, em 2001, houve doze domingos abertos, domingos anteriores a grandes datas como por exemplo: o dia das mães que é no próximo domingo. Enquanto existir a lei, enquanto existir uma convenção coletiva de trabalho, que existe registrada na DRT, enquanto a Constituição garantir, como garante, a autonomia municipal e a Constituição de 88 foi pródiga em aumentar os poderes em seu peculiar interesse dos Municípios, enquanto isso existir, não é possível discutir outra questão. Nós lamentamos que os comerciantes além de ex-abrupto, de repente, vir a discutir uma coisa que já está em plena vigência, não procurar os comerciários para renovar para este ano, e que foi proveitoso para a cidade, ainda se negam – como ouvi do Presidente do SINDILOJAS – a pagar o que os supermercados pagam, 26 reais por prêmio de domingo.

Enquanto a Lei existir, a Convenção que está em plena vigência e registrada na DRT que vigorará até outubro deste ano, não há o que discutir, tem que se cumprir a lei. Nesse teor, nós, inicialmente, ficamos um pouco temerosos, quando o Secretário da SMIC diz que apenas ia vislumbrar se estava ou não a questão em aberto e não tomou uma posição. Depois que o próprio SINDEC procurou esta Casa e foi ao Prefeito, a Prefeitura deu a posição de que deveria ter dado desde o início, ou seja: multa a quem não cumprir a lei, porque, senão, para que fazermos uma lei.

É nesse sentido que a Bancada do PDT, por maioria, mantém aquilo que a lei prescreve, ou seja: um acordo que deve ser cumprido e lamentamos que a outra parte não o tenha cumprido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, prezada Presidenta Nair Esther dos Santos Machado, falo em meu nome e em nome do Ver. João Batista Pirulito. Esse é um tema que sistematicamente volta a esta Casa, e posso falar com toda a propriedade, porque no último pleito foi um Vereador do nosso Partido que apresentou esse Projeto e este Vereador votou contrariamente, até porque tinha sido uma decisão tomada conjuntamente no seio do Partido. De lá para cá nada mudou: o PSB continua com a mesma posição contrária e aceitando que tem que haver, sim, um acordo entre as partes. O PSB não vai aceitar pressões unilaterais. Portanto, Presidenta, mais uma vez, receba em nome do nosso Partido o nosso apoio e solidariedade e a certeza de que essa luta vai ter um forte embate nesta Casa, durante este ano. Meus parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Esther Machado, demais companheiros e companheiras do Sindicato dos Comerciários, Barbosa, Claudinho, Neco, Chavaré, Jacaré, pessoal todo, eu tenho uma posição muito clara e muito pessoal em relação a esse assunto. E tenho essa posição clara, pessoal e definitiva desde que aprovamos, nesta Casa, essa Lei que está em vigor, porque foi o voto deste Vereador que decidiu que deveria haver a negociação. Lembro que, na época, o Barbosa, a Esther, o pessoal encheu este Vereador de moedas e desaforos, porque não aceitavam essa possibilidade. Hoje, se vê, Claudinho, que aquela Lei aprovada lá atrás, Barbosa e Neco, é importante para as negociações de hoje.

E quando eu tenho essa posição contrária à abertura do comércio aos domingos, eu não estou contra o desenvolvimento de Porto Alegre; eu não estou contra a livre iniciativa. Eu estou contra é à exploração do ser humano! Quer abrir no domingo? Paga o funcionário para trabalhar no domingo! Agora, não adianta vir o Dr. Marconato dizer que os empresários não podem pagar 26 reais para um funcionário! Os empresários, que têm o PIB deste Estado, não podem pagar 26s reais? Mas como que os supermercados podem pagar e estão pagando e abriram ontem? Eu vou repetir, por que os supermercados acertaram com o Sindicato e estão pagando?

Outra coisa, os empresários precisam se entender! Vem o Marconato aqui e quer abrir. Vem o Dr. Alécio Ughini e não quer abrir. Vem o Shopping e quer abrir. Vem o Moysés Tornain – nosso amigo – e não quer abrir. E nós aqui ficamos com cara de bobos, com uma lei que está em vigência.

Então, a Prefeitura teve posição correta neste final de semana: se tem uma lei em vigência, essa lei tem de ser cumprida! Quer abrir o comércio aos domingos – como o Ver. Fernando Záchia falou, liberdade que não significa abertura – tudo bem, fala com o Sindicato, paga o funcionário!

Eu trabalhei por mais de dez anos aos fins de semana; o Ver. Haroldo de Souza ainda trabalha aos fins de semana, e quando eu trabalhava no feriado e no fim de semana, eu ganhava dobrado. Quando viajo, na minha profissão, ganho dobrado. Por que os comerciários têm de trabalhar de graça? Porque os empresários querem vender, porque a população quer comprar?

De graça, não! Quer abrir, senta com o Sindicato! O Sindicato aceitou? Tem de pagar. Ou V. Ex.ª, Ver. João Antonio Dib, concorda com que os funcionários tenham de trabalhar de graça? Eu quero ouvir a opinião de V. Ex.ª, pois V. Ex.ª foi Prefeito, está há vinte e quatro anos nesta Casa, é um homem sério, um homem dedicado, conhece, como ninguém, Porto Alegre. Mas eu tenho quase que a certeza de que V. Ex.ª não vai concordar com que os funcionários deixem o seu dia de lazer, a sua família para ir trabalhar aos domingos.

A abertura do comércio aos domingos vai proporcionar mais empregos? Dizem os empresários que sim. Sentem com o Sindicato, o Sindicato faz lá a listagem de quem está desempregado. Se tem a boa vontade, vai fornecer mais empregos - é o que nós queremos -, senta o sindicato dos empresários, o sindicato dos comerciários e ajustem: quem for comerciário, sindicalizado e estiver desempregado que passe no seu sindicato que o comércio vai abrir aos domingos, vai pagar, e ele vai ter emprego. Eu tenho certeza de que o sindicato não vai se negar a fazer isso, eu tenho certeza. Agora, a partir do momento em que o Sindicado acordar para abrir, e os funcionários não receberem, e o sindicato não controlar as novas vagas, aí vai ter é desemprego, porque funcionário que se negar a trabalhar de graça eles vão é colocar para fora.

Então, essa é uma posição muito pessoal, sei que posso falar em nome do Presidente do nosso Partido, Ver. Nereu D’Avila, que também tem uma história juntamente aos comerciários. Nós estamos perplexos que em pleno século XXI os empresários queiram trazer de volta a escravidão, e o meu voto para isso eu não dou. Quer abrir, senta com o Sindicato, paga os funcionários! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Carlos Nedel, presidindo os trabalhos, Srs. Vereadores, e Sr.ª Esther Machado que é Presidente do Sindicato, talvez dos Vereadores aqui presentes, eu seja o Vereador que acompanha há mais tempo as lutas desse Sindicato. Primeiramente, eu lembro que era em relação ao sábado inglês, e, posteriormente, a possibilidade de abrir o comércio aos domingos. Muitas vitórias, eu não vou chamar de derrotas, mas eu acho que o Sindicato sempre soube reconhecer a evolução da sociedade, e, com relação aos sábados, eu me lembro muito bem que o Sindicato lutou até o momento em que ele acreditava que chegava a hora já de não fazer aquela luta dos sábados. Mas só que o domingo, o que chamam de liberdade, é mais uma liberdade de o patrão, de o lojista fazer absolutamente o que ele quer sem respeitar os direitos dos comerciários. Isso não pode obter a concordância de nenhum dos Vereadores, não faz parte de nenhuma das ideologias aqui representadas. Deve haver respeito entre as diversas correntes da sociedade; os patrões e os empregados devem respeitar. A Lei votada pela Câmara que coloca patrões e empregados sentados à mesa para decidir em que domingos abrir o comércio é sábia e tem que ser preservada por esta Casa.

Somos favoráveis a que haja liberdade, mas liberdade com respeito. Essa liberdade faz com que o comerciário garanta os seus direitos de trabalhador de ter descanso no domingo. Se não tiver o descanso no domingo, ele deve ser recompensado para que isso possa realmente acontecer, mas tudo, na verdade, sob o domínio do Sindicato, que até hoje é muito bem dirigido, Esther, por você e por esse grupo de pessoas que te acompanham há tanto tempo. Eu tenho um respeito muito grande pelo trabalho que vocês executam, acredito que vocês sempre encaminharam muito bem essa luta para que o comerciário seja respeitado em seus direitos.

Eu tenho certeza absoluta de que esta Casa, por todas as suas correntes ideológicas, jamais vai trair o direito sagrado dos empregados de continuarem mantendo a sua família, de continuarem mantendo uma vida digna e de continuarem mantendo dentro da sociedade um local para que a sua evolução possa-se dar no seu dia-a-dia.

Cumprimento você, Esther, e todos os comerciários que vieram até aqui. Esta Casa sempre vai ser da confiança do povo de Porto Alegre e sempre vai fazer o melhor pela Cidade. Acredito que o melhor é respeitar a Lei que foi aprovada por esta Casa e que fez haver tantos progressos entre comerciários e comerciantes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. NEREU D’ AVILA: Sr. Presidente, permita-me, em respeito à presença do SINDEC e aos nobres assistentes, dizer que o nosso candidato a Governador vai dar uma entrevista coletiva na sede do Partido, na Rua Félix da Cunha. Por algum tempo, teremos de nos ausentar, mas isso não tem nada a ver com o assunto em discussão, cuja posição já declaramos.

Um abraço à Presidenta do Sindicato e a todos os comerciários. Obrigado por sua visita, e contem conosco sempre. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente em exercício, Ver. João Carlos Nedel, Srs. Vereadores, minha querida Nair Esther dos Santos Machado, Presidenta do Sindicato, tenho uma admiração fantástica pelo seu trabalho. Quem sou eu? Olhe o nome do meu Partido – Partido Humanista da Solidariedade. Humano é o comerciário, e a solidariedade é do meu Partido à senhora e a todos os comerciários com relação aos episódios da semana que passou. Acho que lei é para ser obedecida. Existe a Lei n.º 7.109, e a conduta da Prefeitura Municipal, nessa semana, foi perfeita.

Eu sou responsável pela entrada de um novo Projeto, nesta Casa, defendendo a abertura do comércio aos domingos e feriados, mas não da maneira que está ocorrendo. Quero endossar tudo o que disse o Ver. João Bosco Vaz: quem trabalha tem de receber. Quando assinei esse Projeto, procurei uma forma de aumentar o número de empregos na Cidade. Não consigo entender - e gostaria de ter uma resposta de todos vocês - por que só os comerciários não querem trabalhar aos domingos? Porque não recebem? Mas se receberem, vão querer trabalhar! Porque, do contrário, cairão em contradição. Imaginem os motoristas de folga aos domingos. Como ficariam as ambulâncias, os táxis, os ônibus? Imagem os jornalistas também exigindo não trabalhar aos domingos. Não teríamos jornais! E a Brigada Militar exigindo que tem de descansar aos sábados e domingos. Então, não acredito que o comerciário não queira trabalhar. O comerciário quer sim trabalhar e tem o nosso apoio e a nossa solidariedade em tudo. Os patrões é que têm de definir, pois, para abrir o comércio aos domingos, eles têm de pagar seus funcionários e dar novos empregos. Só isso era que eu tinha de dizer neste momento, porque acho que isso vai “dar muito pano para manga”. Vou manter o Projeto, mas quero deixar bem claro que ele visa aumentar o número de empregos e pagar mais para quem trabalhar aos domingos. Se não for assim, também voto a favor dos comerciários, evidentemente. Jamais vou querer que um comerciário volte ao tempo da escravidão: “Você tem de trabalhar, mas não vai receber.” Não! Quem trabalha tem de receber. O meu Projeto visa única e exclusivamente pactuar, pelos menos por uns vinte ou trinta anos, um acordo entre o Sindicato dos Comerciários, o Sindicato dos Lojistas e a sociedade de Porto Alegre, a respeito da abertura do comércio aos domingos.

A senhora Presidenta do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre tem o meu apoio a respeito da semana que passou, e espero a sua compreensão quanto à minha intenção de aumentar o número de empregos na Cidade e no sentido de entender que o comerciário é igual ao jornalista, como eu sou – e trabalho sábado e domingo -, aos motoristas de táxi, de ambulância e de ônibus, e aos brigadianos, que não têm hora para trabalhar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, minha cara Nair Esther Machado, Presidenta do Sindicato dos Comerciários, em primeiro lugar, eu preciso responder ao Ver. João Bosco Vaz, que se ausentou por alguma razão, que todo aquele de cujo fruto do trabalho depende a sua sobrevivência e a de seus familiares, de forma nenhuma pode deixar de ser pago. O meu Partido não permitiria tal coisa! Agora, sobre liberdade de comércio, eu prontamente declaro: pessoalmente sou favorável, tão favorável quanto à liberdade que tem a minha Bancada de decidir se se posiciona favorável ou contrariamente. O homem público deve ter sensibilidade e capacidade de resposta. Se não tiver isso, não deve ser homem público. E aí é que eu fico muito preocupado, pois não estão entendendo bem o que está acontecendo. Cada um se posiciona imaginando que seja dessa ou daquela maneira. Agora, nós temos na Cidade, na Prefeitura, um órgão que deveria cuidar desse problema, o que me fez, na sexta-feira, dizer aqui que era a Secretaria Municipal de Ambulantes e Comerciários, sem nenhum menosprezo a uma categoria ou a outra, só porque eles não tiveram sensibilidade nem capacidade de resposta. Eles não poderiam tomar a defesa de um lado. Deveriam colocar na mesma mesa comerciários e comerciantes e ver o que estava acontecendo, porque a população – está aí nos jornais de hoje muita gente reclamando, porque ontem não teve a oportunidade de comprar - gostaria de comprar. Podem ter certeza de que muita gente, ontem, se sentiu frustrada. Então, na realidade, o que é preciso é um pouco mais de entendimento, um pouco mais de conhecimento das coisas que acontecem nesta Cidade. Eu até acho que deveria ser feito um plebiscito isento, absolutamente isento, entre os comerciários. Se fosse estabelecido normalmente o que deve ser descanso semanal remunerado no meio da semana com domingo eventualmente, todos eles estariam dispostos a atender à população. Por isso eu disse que o homem público deve ter sensibilidade e capacidade de resposta. Faltou isso à Prefeitura; por isso eu vou continuar chamando a SMAC. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Srs. Vereadores, é com alegria que anunciamos visita orientada a esta Câmara. Estão entre nós alguns componentes do Centro da Juventude de Porto Alegre, Casa da FEBEM/RS. São quatro adolescentes: o Marcelo dos Santos, o Bruno Souza, o José de Oliveira, o Júlio Pedros e mais as monitoras Inês Simon e Ivone Pedroso. Essa visita orientada faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve junto às escolas e entidades da Capital e da Grande Porto Alegre. Sejam muito bem-vindos.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente em exercício, Ver. João Carlos Nedel, Srs. Vereadores e Sr.ª Presidenta do Sindicato dos Comerciários, Sr.ª Nair Esther dos Santos Machado, é uma satisfação recebê-la aqui. Quero dizer que este Vereador não vê nenhuma diferença entre aquela época e este momento. Naquela época, votamos contra a abertura do comércio aos domingos. Vou resumir aqui, porque, para a população, parece que é simplesmente um “sim” ou um “não”.

Numa oportunidade, em conversa com um empresário amigo, perguntei a ele por que é que ele era a favor da abertura do comércio aos domingos. Queria saber dele se a abertura do comércio aos domingos iria realmente gerar empregos. Perguntei a ele, sabendo da sua vasta rede de lojas: “O amigo vai abrir as vinte e uma lojas?” Ele me disse: “Não, vou abrir só as quatro que dão lucro.” Eu cheguei à conclusão de que deverá haver uma negociação ampla entre o Sindicato dos lojistas e o dos comerciários. Já que há negociação para o comércio abrir doze domingos do ano, ela pode servir para o ano inteiro, de modo que os funcionários e os lojistas, todos tenham o benefício da lei, e haja geração de empregos, isso tudo com uma boa negociação. Então, para este Vereador não muda nada. Continuo com a mesma opinião: de que a negociação é possível, de que os funcionários têm de ser beneficiados, e que a geração de empregos é fundamental para a abertura do comércio aos domingos. Nós não temos a cultura ainda, e, com um centro desorganizado, os shoppings levarão vantagem, os grandes levarão vantagem, os pequenos fecharão. E não há geração de emprego no pequeno, porque um percentual em cima do pequeno, às vezes, não dá nem emprego. Mas, se o grande abrir as vinte e uma lojas, as cinqüenta ou as cem, haverá, sem dúvida, geração de emprego.

Então, nós temos de desmistificar que, às vezes, o grande ou aquele que se acha grande quer simplesmente abrir aquelas lojas que dão lucros, mas não quer abrir toda a sua rede de lojas. A nossa posição não muda em nada: estamos a favor de uma grande negociação que dê empregos e que beneficie os empregados do comércio em Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr.ª Esther, Presidenta do Sindicato dos Empregados no Comércio em Porto Alegre; Sr. Ver. João Carlos Nedel, que preside os trabalhos; Srs. Vereadores, público que está aqui; trabalhadores no comércio que nos acompanham aqui; a Bancada do PT se posicionou claramente no mesmo momento em que o Sindicato dos Lojistas anunciava, na véspera do 1.º de Maio, a possibilidade da abertura do comércio no domingo. Primeiro, nós consideramos, além de um desrespeito, um deboche para com os trabalhadores, anunciar a possibilidade de abertura do comércio aos domingos, na véspera do 1.º de Maio. Mas, isso não é só um desrespeito aos trabalhadores do comércio, mas um desrespeito a este Legislativo, que tem Lei discutida e aprovada, é um desrespeito ao Executivo, é um desrespeito à população de Porto Alegre, que colocou aqui os seus representantes, que debatem e decidem leis como essa da abertura do comércio aos domingos, que devem ser respeitadas.

Mais do que isso, consideramos um retrocesso brutal das relações trabalhistas quando o Presidente do Sindicato dos Lojistas diz que não é preciso pagar prêmio para quem trabalhar aos domingos, e que serão negociadas individualmente as folgas e a escala de serviço. Ora, qual é a força que tem um trabalhador que recebe um salário mínimo para negociar individualmente com o patrão a sua folga, o seu prêmio e a sua escala de serviço? Mais: nós entramos com um Requerimento junto à Mesa para que a Procuradoria da Casa tomasse as medidas judiciais cabíveis para que fosse cumprida essa Lei, que está em vigor ainda esta lei, e não foi aberto o comércio aos domingos. Nós estamos com este Requerimento na Mesa, esperando a resposta da Mesa para que a Procuradoria tome as medidas judiciais cabíveis para este caso. Mas, a SMIC, desde o primeiro o momento, disse que iria autuar. Para isso, colocou três equipes, nesse domingo, fez vinte e oito visitas, ou seja, em todos os shoppings. E apenas quatro lojas foram autuadas por abrirem irregularmente no domingo, o que demonstra total fracasso do movimento produzido pelo Presidente do Sindicato dos Lojistas. E aqui o nosso registro, que os lojistas souberam não respeitar essa decisão do seu Presidente, portanto, não abriram as lojas e cumpriram com a legislação municipal.

Nós vamos lutar aqui - que quiseram nos testar -, não nós, legislativos, Vereadores, mas quiseram testar a população de Porto Alegre, a Câmara de Vereadores, a Prefeitura, os trabalhadores, e viram que nós temos força para resistir e continuar lutando. Portanto, nós estaremos aqui atentos para o cumprimento desta Lei Municipal. E nós estamos solidários com os trabalhadores do comércio. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Nós agradecemos a presença da Sr.ª Esther dos Santos Machado, Presidenta do Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre. A senhora é muito bem-vinda a esta Casa.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h09min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 15h11min): Estão reabertos os trabalhos

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Luiz Braz está com a palavra por cedência do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de aproveitar o momento em que o Ver. Luiz Braz se dirige à tribuna para fazer a homenagem ao nosso Serviço de Taquigrafia. Hoje é o Dia Nacional do Taquígrafo, e essas pessoas são indispensáveis para o nosso trabalho. São pessoas que nos acompanham desde os primeiros minutos da Sessão até o último e continuam trabalhando depois. Por isso a nossa homenagem da Casa do Povo de Porto Alegre àquelas pessoas que são indispensáveis o dia todo para o nosso trabalho. Saúde e paz!

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. João Antonio Dib, sem dúvida essa homenagem é aprovada pela unanimidade desta Casa. Parabéns às senhoras e senhoritas taquígrafas e um jovem taquígrafo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu queria consultar a Mesa, se com a concordância dos demais inscritos nas Comunicações eu poderia fazer a inversão, usar o final deste período, em virtude de que eu quero pronunciar-me sobre um assunto sobre o qual eu estou coletando os dados, ainda.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Sem dúvida, os Srs. Vereadores concordam com esta posição de V. Ex.ª.

O Ver. Sebastião Melo é o próximo orador. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra e solicita que fique para antepenúltimo lugar.

A próxima Vereadora inscrita é a Ver.ª Sofia Cavedon, que cede o seu tempo ao Ver. Juberlei Bacelo, em Comunicações.

 

O SR. JUBERLEI BACELO: Sr. Presidente desta Casa, Sr.as e Srs. Vereadores; demais presentes, aproveito a presença de diversos comerciários e comerciárias que, em função da Tribuna Popular, levantavam aqui a discussão e a pressão por parte dos lojistas desta Cidade, no sentido de descumprir a legislação vigente e abrir, a qualquer custo, o comércio neste último domingo, fato que acabou não ocorrendo, muito em função das denúncias que o Sindicato dos Comerciários exerceu durante a semana passada e a fiscalização que a Prefeitura deste Município, através da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, exerceu neste último domingo. Vi aqui diversas manifestações de Vereadores em relação a esse tema, levantando que a questão de fato não é a que os comerciários neguem-se a realizar o seu trabalho no domingo, e que tudo é uma questão do preço a ser pago pelos lojistas para que esses trabalhadores e trabalhadoras possam desempenhar a sua função no domingo. Gostaria de me permitir levantar uma diferença em relação a essa avaliação, porque como líder sindical que também sou, travamos sempre uma luta para que os trabalhadores tenham os seus direitos respeitados e para que os trabalhadores, entre esses direitos respeitados, tenham o seu direito ao descanso que geralmente acontece no dia de domingo. Evidente que todas as regras têm suas exceções, e não pode ser a partir das exceções que vamos debater a definição de uma regra geral. É evidente que existem algumas categorias, ou no interior dessas categorias, exceções de trabalhadores que necessitam desempenhar suas funções aos domingos. A minha categoria, a categoria dos bancários, com muita luta vem conseguindo resistir à pressão por parte dos bancos, para que ela possa, não só no domingo, mas também no sábado, já que os bancários não têm a previsão na CLT do trabalho aos sábados. Mas é evidente que existem, no interior da categoria, setores que necessitam desempenhar suas funções no sábado e domingo e, para isso, o Sindicato negocia, para isso o Sindicato mantém, lá na sua convenção coletiva de trabalho, a permissão para que essas exceções, de fato, aconteçam.

Tenho a certeza de que a questão não é financeira, porque, assim como os trabalhadores lutam para terem os seus direitos respeitados, e, entre eles, o direito do seu repouso semanal, também os trabalhadores lutam contra o arrocho salarial, para que os salários que eles percebam tenham uma relação direta com o lucro que eles produzem para seus patrões. E temos a certeza de que qualquer trabalhador que tenha a sua remuneração digna vai-se negar a trabalhar no domingo. Muito trabalhador hoje aceita fazer a hora extraordinária, aceita, muitas vezes, um acordo rebaixado para trabalhar à noite, ou no sábado, ou no domingo, como uma forma de conseguir agregar àquele salário que ele recebe arrochado e que não é suficiente para todas as questões, para todas as suas necessidades.

Eu gostaria de, com essa questão dos comerciários, que muito tem chamado a atenção de todos os cidadãos e cidadãs desta Cidade, para fazer um link direto com uma proposta que já foi aprovada na Câmara dos Deputados, e que hoje está lá conservada para um momento, quem sabe, melhor para o Governo deste País, colocar em votação no Senado, que é a mudança no art. 118 da nossa Constituição, permitindo que, como temos assistido aqui, o nível de negociação que se estabelece entre o sindicato de trabalhadores e a sua representação patronal se jogue também para esse tipo de relação que muitos chamam de relação moderna entre o capital e o trabalho; mas, enfim, se jogue para esse tipo de relação para que os trabalhadores consigam manter conquistas históricas, extremamente importantes como é a licença maternidade, como é o 13.º salário, como é as férias de trinta dias dos trabalhadores. Tudo isso seria jogado para essa relação desigual, onde o patrão está sempre com ameaças com relação à questão do emprego, e seu trabalhador acaba muitas vezes alterando essa correlação de força, acaba muitas vezes impondo as suas questões numa mesa de negociação.

Portanto, todo apoio à luta dos comerciários, e mais do que apoiar os comerciários, todo apoio à luta dos trabalhadores e trabalhadoras deste País, que não aceitam a flexibilização como uma forma que até hoje tem-se provado, não de gerar mais emprego, mas apenas gerar mais e mais lucros para os patrões deste País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Zé Valdir está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse debate sobre o trabalho aos domingos nos remete a um debate muito mais profundo do que as aparências indicam. Dois argumentos principais são usados pelos defensores da abertura do comércio aos domingos: um é o da modernidade e o outro é o do desenvolvimento econômico. Esse primeiro argumento é cínico e falacioso - o da modernidade; aliás, os arautos do capitalismo, em matéria de valores, são uma tragédia, porque os valores que eles tentam exaltar são os valores da produção e do consumo, e erigem esses valores como se fossem os deuses: vender, comprar, consumir e produzir, a única coisa. Em nenhum momento colocam a questão da felicidade humana por trás, o que acho que deva ser esse o valor essencial.

Por que eles insistem em mudar uma cultura, introduzir hábitos culturais, em nome de quê? Eles querem convencer a população que o descanso, a sociedade parar um dia por semana - o que já é consagrado, principalmente na tradição ocidental cristã -, que isso agora tem de ser modificado, isso tem de ser modificado em nome de quê? Em nome de que as pessoas não têm mais tempo para comprar? Mas como as pessoas não têm mais tempo para comprar com toda a tecnologia que poupa tempo, e com o enorme desemprego que há aí; as pessoas não têm tempo? Então, o problema não é, nunca foi a ausência de tempo, o problema é outro. Acabar com essa idéia, já consagrada na sociedade, de que um dia por semana aquelas atividades não-essenciais têm de parar para que as pessoas se encontrem, para que as pessoas reflitam, para que aqueles que são religiosos possam ir às igrejas; enfim, para os encontros sociais das pessoas? Isso é fundamental para a humanidade. Em nome do que eles querem abolir isso? Em nome, talvez, de reproduzir, cada vez mais, essa loucura de, em pleno século XXI, com as tecnologias mais evoluídas, onde produzimos com muito mais rapidez e não temos mais tempo para nos encontrar; a sociedade não pode, em pleno século XXI, abrir mão de um fim-de-semana, para que a sociedade pare a atividade não-essencial e as pessoas possam curtir, possam se encontrar. Então, é uma falácia esse princípio da modernidade e, além de tudo, é uma mentira, porque pregam aqui que no Primeiro Mundo funciona assim, e não é verdade.

Eu tenho viajado e uma das coisas que mais tenho observado, procurado intencionalmente observar é a questão do comércio aos domingos, o que funciona. Eu já estive em São Francisco, Johanesburgo, Lima, Florença, Assunção e Buenos Aires, sendo que a única coisa que funciona é aquilo que já funciona aqui, ou seja, as atividades essenciais, essas sim, o resto não funciona; e, na Argentina, em Buenos Aires que funcionava, por causa da crise econômica, não está funcionando nada à noite, os bares inclusive fecham a 1 ou 2 horas, porque o essencial não é o problema de tempo, o problema é outro; é o problema de ter salário para comprar. Essa é a questão central, por isso o outro argumento falacioso é o de que vai trazer desenvolvimento econômico, como se o comércio gerasse riqueza; o comércio não gera riqueza, ele apenas lida com a riqueza fabricada pelos outros setores da economia, e todos sabem disso. Há um deslocamento, criam o hábito de compras aos domingos e deslocam a população que compra durante a semana para comprar no fim-de-semana, e o que querem com isso é tornar precária ainda mais as condições de trabalho, desregulamentar o trabalho, baratear o custo da mão-de-obra com a exploração do trabalho dos trabalhadores, é isso que está por trás. Porque está provado, e os empresários mais modernos sabem disso e tem dito isso nos jornais, que a abertura do comércio aos domingos não gera emprego coisa nenhuma. Porque não tem lógica isso. Como é que vai gerar emprego uma atividade que não é uma atividade produtiva? O que gera a produção é o setor primário, é a agricultura e é a indústria. Então, vamos parar! Esta Casa tem de começar a refletir mais profundamente e não entrar, muitas vezes, nesses “barcos furados” que se apresentam aqui. Usam, tentam usar esta Casa para uma disputa com os comerciários, os empresários tentam usar esta Casa sempre. Eu acho que nós não precisamos mais projeto nenhum aqui. Esta Lei que está aqui é suficiente. Nós não temos que apresentar outra lei, nós temos de fazer cumprir esta Lei, porque esta Lei foi fruto de todo um debate nesta Casa, um debate importantíssimo. Acho que nós não temos de apresentar outra lei aqui, fazer isso é de novo dar palco para essa gente que quer colocar os trabalhadores sob a exploração dos empresários. Eu acho que nós não devemos levantar mais esse assunto de lei; nós temos que exigir, esta Casa tem que exigir o cumprimento da Lei que já foi aprovada aqui e amplamente debatida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Digno Ver. João Carlos Nedel na presidência dos trabalhos desta tarde, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, eu também vou falar da nossa Cidade; todos conhecem, clara e objetivamente a nossa opinião sobre o comércio nos finais de semana. Nós já debatemos este tema muitas e muitas vezes e demos o nosso voto claro, cristalino no painel desta Casa no ano passado. Eu quero tratar sim, também, de comércio, mas eu quero tratar do comércio informal na orla do Guaíba e em outras partes da Cidade.

Começo com a orla. Já solicitei a todas as autoridades que tem algo a ver com a venda de bebidas alcoólicas, com a venda desse tipo de produto, nos domingos de tarde, nos finais de tarde, nos sábados à tarde, em especial, na orla do Guaíba, às margens do nosso lago Guaíba, em Ipanema. Algo deve ser feito, há responsabilidades a serem cumpridas; por um lado, pela Prefeitura, de quem já solicitei providências; mas, o que mais me espantou foi o silêncio do Conselho Tutelar da Micro 6, que sabe inclusive que bebidas são vendidas para crianças e para adolescentes, sem nada ter sido feito. Inclusive eu recebei denúncias, sim, de que os conselheiros não cumprem os horários na Micro 6, e é por isso que vemos as barbaridades na orla do Guaíba, meu caro Ver. Almerindo Filho, e nada está sendo feito. Algo terá de ser feito, e nós estamos aqui, de público, fazendo essa cobrança do que compete a cada autoridade desta Cidade.

Na Usina do Gasômetro a municipalidade gastou, com os tributos que as senhoras e os senhores pagam, para fazer um dos mais belos estacionamentos que dá acesso a um dos mais belos locais da nossa Cidade: o pôr-do-sol do Guaíba e a Usina do Gasômetro, resgatados inclusive pela nossa Administração e cuidados pela nossa Administração. No entanto, temos um comércio ilegal, porque nós descobrimos, através de pessoas que acessaram o nosso gabinete, que inclusive há o “reizinho” do local, aquele que cobra pedágio para que pobres camelôs, que às vezes não têm mais do que o seu produto, comprado naquela hora para ali vender, e são cobrados para que se instalem ali e vendam o seu produto. Esse não é o local para esse tipo de comércio, e nós vamos apresentar uma proposição para que, nas margens do Guaíba, nós tenhamos locais apropriados, quiosques, coisas do gênero para esse tipo de comércio, através de uma licitação pública, para que qualquer cidadão com poucas posses possa participar, e, principalmente, que se dê espaço para aqueles que já labutam nessa área, mas que tenham um espaço devido, marcado, licenciado e fiscalizado. É dessa maneira que nós estamos agindo. Inclusive a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento desta Casa vai propor que nos dias 23 e 24 os Vereadores Sebastião Melo e eu possamos ir a Curitiba conhecer o trabalho nessa área e em outros ramos que a nossa Comissão está tratando neste momento.

Nós também queremos dizer que estranhamos muito, estamos contatando hoje com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio sobre a fiscalização do comércio informal do Centro. É intolerável para um Vereador do PT, como eu, de situação, que tem contribuído para legislar sobre esta questão; há um Projeto aqui contra a venda de produtos pirateados e contrabandeados, que não tem na lei municipal, causando problemas para a Secretaria, porque temos sempre que acionar a Receita Federal, e isso poderia ser evitado, pois é duplo serviço para duas instituições, não havendo necessidade. Mas estranhamos, como foi feito uma provocação a este Vereador, abrindo a fonte da denúncia da venda ilegal de produtos na rodoviária, na passarela da rodoviária e agora mais uma vez no Centro, se prendem materiais de artesanato de senhoras idosas que estão lá para vender uma meia-dúzia de panos, mas deixam de pegar, exatamente, cigarros e produtos contrabandeados. Algo de errado há nisso!

Eu não me calarei! Sou do PT e defendo a minha Administração, mas nós vamos a fundo para ver esta situação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. João Carlos Nedel, presidindo os trabalhos, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, gostaria de dizer aos nossos comerciantes que, se depender da Bancada dos Vereadores católicos, estaremos sempre votando na defesa dos trabalhadores, até porque o próprio Papa já se pronunciou contra o comércio aos domingos.

Eu quero falar hoje em um Projeto de Lei, de minha autoria, encaminhado a esta Casa, que proíbe a cobrança de estacionamento nos shopping centers, no comércio em geral e, principalmente, em hospitais em Porto Alegre, e que está tramitando nas Comissões. Eu fico impressionado quando alguns Vereadores – sem conhecimento de causa – têm a coragem de emitir um parecer contrário a algo que a própria opinião pública já condenou. Quando vamos ao shopping center - vamos pegar o exemplo do Praia de Belas -, e pagamos o estacionamento, o fazemos pela segunda vez. Os lojistas, ao locarem uma loja no shopping center, já está embutido o aluguel, e, quando nós comprarmos uma mercadoria em uma determinada loja, estamos pagando pela segunda vez. O Plano Diretor de Desenvolvimento de Porto Alegre prevê que, a cada 25 metros de área construída, é necessário disponibilizar uma vaga gratuita para a população. E, mais do que isso, se observarmos o problema que isso cria ao entorno do shopping, dá uma dimensão de ser, de fato, um grande problema para a Cidade. Enquanto que muitos consumidores, de uma certa forma, querem ir ao shopping para comprar alguma coisa, acabam sendo explorados pela indústria e pelo faturamento dessas lojas.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Aldacir Oliboni, eu ouço com atenção o pronunciamento de V. Ex.ª e fico preocupado: e na Área Azul também devemos deixar de cobrar?

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nós estamos discutindo, aqui, estacionamentos em shopping center e, acima de tudo, em hospitais. Ver. João Antonio Dib, se V. Ex.ª for em um hospital público de Porto Alegre ou conveniado com o SUS, tem trinta minutos para sair daquele estabelecimento e, a maioria dos hospitais demoram quatro horas para atender. Quando V. Ex.ª sair daquele estabelecimento, vai ter de pagar o estacionamento. A culpa não é sua, a culpa é do prestador de serviço que demorou quatro horas para poder atendê-lo. Eu falo dessa exploração descabida que acaba caindo sobre o usuário, que, por sua vez, já procura o serviço público e é explorado. Eu falo, por exemplo, desse usuário, desse consumidor que quer ir num shopping center, que quer ir num cinema, que quer ir em outros estabelecimentos e paga, às vezes, o valor do estacionamento maior do que o serviço que ele foi buscar. Então, eu acho oportuno que este projeto, que está sendo encaminhado, seja, de uma certa forma, mais avaliado pelo conjunto dos Vereadores, porque, de fato, ele pede, nada mais, nada menos do que o cumprimento do PDDUA - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre, o qual já prevê um percentual de vagas a ser disponibilizado gratuitamente para a população.

E, para finalizar, queria dizer aqui, Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª outro dia me indagou sobre algumas denúncias que aconteciam no Hospital Conceição, e que a maior parte dos Vereadores receberam. Eu recebi, como todos os Vereadores devem ter recebido, uma denúncia descarada de inúmeras licitações que, a grosso modo, são consideradas, de uma certa forma, desvios de recursos do Poder Público e nós estamos encaminhando à Comissão de Saúde para que ela busque a formação de uma Comissão Especial, ou, quem sabe, um CPI das órteses e próteses do Cristo Redentor, isto é, do GHC. Nós não aceitamos, de forma nenhuma, que, apenas em cinco licitações, quase 2 milhões de reais foram desviados. É nesse sentido que estamos encaminhando para a Comissão de Saúde para que ela tome providências a respeito desses desvios de recursos do Poder Público. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALMERINDO FILHO: Sr. Presidente em exercício, Ver. João Carlos Nedel, Vereadores e Vereadoras, público aqui presente, público que nos assiste na TV Câmara, ao visitar a exposição promovida aqui pela Câmara de Vereadores acerca da vida do eterno Prefeito de Porto Alegre Engenheiro Loureiro da Silva, vi estarrecido em um misto de espanto e orgulho, a manchete do jornal O Globo, datado de 30 de julho de 1945, que dizia: “Porto Alegre é a terceira capital do País”, e em dizeres menores, porém elucidativos, afirmava: “Um plano de Governo que expressa a harmonia material e espiritual, e demonstra alto grau de solidariedade, capacidade e de energia de geração que o empreendeu”.

Como Vereador de Porto Alegre, não pude deixar de refletir sobre a Porto Alegre relatada naquele jornal de 1945 e a Porto Alegre que vivo em 2002. Quantas diferenças.

O Governo de Loureiro da Silva, eleito em 1959 com uma das votações com maior participação da população - abstenções ficaram em torno de 9% -, foi o responsável pelo planejamento e concretização de uma série de transformações estruturais na Cidade, a ponto de não conseguirmos imaginar Porto Alegre hoje sem elas. Entre muitas, podemos citar a construção da Secretaria Municipal de Transportes, estabelecendo a política municipal de controle do transporte coletivo em Porto Alegre; pavimentou, a cada ano do seu mandato, cerca de 150.000m² de calçamento; construiu a Perimetral do Beco do Carvalho; pavimentou e estruturou a Estrada Baltazar de Oliveira Garcia, Estrada do Forte e Rua Luiz de Camões, bem como a I Perimetral; recuperou a Companhia Carris; construiu o Auditório Araújo Viana; construiu o Parque Marinha do Brasil. Esse é o Prefeito que, em quatro anos, realizou todas essas obras e outras mais.

Hoje, temos como manchetes dos jornais os seqüestros-relâmpago, o crescimento desenfreado da criminalidade, as denúncias contra o Governo Municipal, o aumento dos impostos, a renúncia do Prefeito, alagamentos e outros prodígios, que não foram constatados da noite para o dia, mas sim ao resultado de treze anos de trabalho duro, construindo a tão propalada Cidade Viva.

Como Vereadores da oposição, temos dificuldades enormes de conseguir informações do Executivo. Tenho vivido isso na pele, visto que há mais de quarenta dias, realizei cerca de vinte e cinco Pedidos de Informação e até hoje somente recebi resposta de alguns.

Gostaria de elogiar a todos as obras e os feitos do Executivo de Porto Alegre, mas desconheço suas operações.

A constituição de Poder independente e harmônico, que é conferida a esta Casa, não passa de argumentação jurídica, visto que não podemos exercer a plenitude de nossas funções, principalmente no que tange ao controle e fiscalização dos atos do Sr. Prefeito.

Pergunto-me: que tipo de Cidade poderíamos ter, se o Governo atual, que entra no seu 13.º ano de mandato tivesse o mesmo espírito empreendedor de Loureiro da Silva? Tudo isso sem Fórum Social, sem Orçamento Participativo, sem gastar somas astronômicas em propaganda, sem gritarias e sem estardalhaços. Um governo simples, objetivo, que sabia o que queria e aonde queria chegar.

Ainda há tempo. O atual Governo ainda tem dois anos pela frente. Devemos refletir que tipo de Governo queremos: um, que em treze anos provou não ter espírito e garra para empreender grandes obras – e não falo apenas no campo urbanístico – ou um Governo que seja comprometido com o crescimento da Cidade, com geração de emprego...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Almerindo, quero saudá-lo por lembrar a figura extraordinária de Loureiro da Silva, sem dúvida nenhuma o maior Prefeito que esta Cidade teve. Mas ele usava o dinheiro do povo para o povo e fez um empréstimo de 3 milhões de dólares no BID sem que tivesse dinheiro aplicado no sistema financeiro. E hoje nós temos o DMAE, com a Hidráulica do Menino Deus, em razão do seu trabalho.

 

O SR. ALMERINDO FILHO: É triste ver que a Cidade de Porto Alegre de ontem, ou ao menos o Governo dela, era melhor e mais capacitada para atender aos anseios dos porto-alegrenses. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a julgar por essa polêmica que nos últimos dias tem tomado conta da mídia em Porto Alegre e que, inclusive, repercutiu hoje nesta Casa, tendo, de um lado o Sindicato dos Lojistas - SINDILOJAS, e, de outro, o Sindicato dos Comerciários - SINDEC a respeito do tema abertura do comércio aos domingos, chego a uma inevitável conclusão: o Projeto de Lei apresentado pelo Ver. Haroldo de Souza é extremamente oportuno e de grande atualidade. Vejamos, em primeiro lugar, saliente-se, Ver. Estilac Xavier, que as leis municipais que tratam da matéria sobre abertura do comércio aos domingos em Porto Alegre, - já objeto de várias interpretações tais como a Lei n.º 6.721, de 21 de novembro de 1990, que simplesmente proibia o comércio aos domingos e feriados, a Lei n.º 6.898, de 3 de janeiro de 1992, que alterou a Lei n.º 6.271 e permitiu o funcionamento do comércio aos domingos, desde que com prévio acordo ou convenção coletiva de trabalho e, mais recentemente, a Lei n.º 7.109, de 3 de julho de 1992, Ver. João Pirulito, que altera a Lei n.º 6.898 ao acrescentar autorização do funcionamento aos domingos para os estabelecimentos que sejam operados exclusivamente por sócios ou familiares do titular do estabelecimento comercial -, são todas leis antigas, ou seja, anteriores à vigência da Medida Provisória n.º 1539-38, posteriormente transformada em Lei Federal n.º 10.101, de 19 de dezembro de 2000. Assim, todas as leis municipais, porque anteriores à nova legislação federal, partiam do pressuposto de que era nacionalmente proibido o trabalho aos domingos e feriados. Pode-se dizer com toda a tranqüilidade que, para o ano de 1992, quando foi editada a Lei Municipal vigente, essa é a mais liberal e flexível do que ocorria no restante do País. Não se trata de modo algum de se discutir sobre a constitucionalidade da Lei n.º 7.109, como alguns tentaram durante a semana, porque, além do que já tenha dito a respeito, o Acórdão do Tribunal de Justiça do Estado, ninguém, nesta Casa, tem a menor dúvida sobre a competência do Município e, em conseqüência, deste Legislativo, para legislar sobre tal matéria.

De outro lado, o que se pode discutir é se uma lei, apesar de não ser inconstitucional, está em vigor, ou se foi revogada por outra mais nova ou de hierarquia superior. É um problema de vigência da lei.

Ora, se somos sabedores de que a legislação municipal vigente é de data anterior à da legislação federal, e ainda que esta última seja admitida como de hierarquia superior - e não o é - à primeira, o mínimo que temos de reconhecer é tratar-se de uma lei municipal vigorante e que precisamos trazer essa lei para a atualidade, isto é, o que era proibido antes, passou a ser permitido.

Quanto às normas coletivas, que se discute, também mencionadas nos últimos debates, ao que me consta silenciam quanto a datas posteriores àquelas em que o acordo foi cumprido entre os dois sindicatos. Se há ou não cláusula vigente, cabe à Justiça do Trabalho dizer.

O importante, volto a frisar, é que o Projeto de Lei do Ver. Haroldo de Souza pretende dirimir toda essa celeuma, atualizando a norma municipal para adequá-la ao que diz a norma federal e às exigências dos tempos modernos.

Nessas condições, acredito que esta Casa deva, com a maior brevidade possível, se posicionar diante desse assunto. É um assunto maduro, as posições aqui são divergentes, algumas até são partidarizadas. Eu sou, por convicção, a favor da liberdade de comércio. Nunca escondi essa convicção. Hoje, fico pasmo com situações como a de ontem, quando fui buscar uma pessoa, que estava visitando o Rio Grande do Sul, oriundo do Estado do Ceará, no Hotel Sheraton, que tem um shopping junto, compartilhado, tive de levá-lo a Novo Hamburgo para comprar um par de sapatos para levar de presente para um familiar seu.

Então, não posso concordar com esse tipo de situação. Acho que isso prejudica a Cidade como um todo, prejudicando um direito que é sagrado, que é o direito do consumidor. Todos nós somos consumidores, uns são comerciantes, outros são comerciários, mas no fundo todos são consumidores; nós temos direito de fazer um grande plebiscito, que é: aberto o comércio, nós comprarmos ou deixarmos de comprar. Aqueles que dizem que não tem clima para abertura do comércio, permitam ao menos que se faça uma experiência na cidade de Porto Alegre. Depois de decênios de restrição à abertura, que se dê ao menos um ano ou dois para que a população comprove como é conveniente para a Cidade que o comércio abra livremente aos domingos – aqueles que obviamente queiram abrir, e os que não quiserem fazê-lo, que não o façam, num direito que também se assegura aos comerciantes: de abrir ou deixar de abrir o comércio, por absoluta conveniência do seu negócio e levando em conta o supremo julgamento da matéria, que é o interesse do consumidor. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, dois assuntos nos trazem a esta tribuna. Primeiro, dizer que participei parcialmente, sábado, do seminário sobre a pista de eventos, no Colégio Liberato Salzano Vieira da Cunha, onde estavam também os Vereadores Zé Valdir e Maria Celeste. Estranho muito que lá não estivessem as lideranças carnavalescas, o que significa que este assunto não está, na nossa avaliação, bem encaminhado com essas entidades. Segundo, estranho muito que o Governo já tenha começado obra no Porto Seco sem o projeto ter sido aprovado nesta Casa. Mas, parece que essa tem sido uma lógica com esta Casa, que tem sido caudatária do Poder Executivo e que tem aceitado essa lógica.

A outra questão que nos traz a esta tribuna é a CPI do DEMHAB.

 

(Manifestações das galerias.)

 

E o Governo foge dela como o diabo da cruz! O Governo foge dela como o diabo da cruz! Porque vejam o que aconteceu. Esta Casa, por vinte Vereadores, constituiu uma CPI, no dia 21 de julho do ano passado. Foram feitas várias requisições de documentos e no último dia que vencia o prazo para entregarem os documentos o Prefeito renunciante, que usou a máquina pública para fins eleitorais, mandou uma Kombi estacionar aqui e mandou tirar fotos, dizendo que os documentos da CPI estavam vindo. Aí o Protocolo da Casa disse que não poderia protocolar toda essa Kombi com material, e começaram a vir, a conta-gotas, todos os documentos e não chegaram 50 a 60% dos documentos. Então, pedimos a suspensão da CPI, de forma legítima, porque não poderíamos investigar, se os documentos aqui não estivessem.

Quero dizer de público que, talvez, a oposição tenha cometido o equívoco de não entrar na Justiça, como eu fiz com o Fórum Social, e mandar exibir os documentos em juízo, talvez tenhamos cometido esse equívoco. Agora, há uma nova CPI, e o Governo já diz que não pode, porque é o mesmo objeto e se está sub judice não podemos constituí-la. Pois, se o Governo acha assim, ele que vá para a Justiça pelear para não sair a CPI. E vai dizer ao povo do Jardim Leopoldina, e vai dizer ao povo da 5.ª Unidade da Restinga, e vai dizer aos moradores dos conjuntos habitacionais administrados pelo DEMHAB: nós temos uma política habitacional perfeita, as prestações são justas, as casas são de bom tamanho. Eles que digam isso, porque a realidade é outra, a realidade são apartamentos em que hoje a instalação elétrica não funciona, em que a água não funciona, em que a pintura está caindo, e que a prestação é de 500 reais. E que foram avaliados por 0,6 CUB, mas o Governo, transparente, comprou por 1,2, em nome da cidadania.

Por isso, nós - Ver. Estilac Xavier, Ver. Líder do Governo Marcelo Danéris - temos que votar hoje. Chega de enrolação! Vamos votar o requerimento! Enrolaram, levaram para a Comissão de Justiça, mas nós, da oposição, temos compromisso, a oposição tem que fazer o seu papel, tem que fiscalizar. Há muita problemática na área habitacional. Não vamos fazer CPI para vindita. Quem disse que há uso da máquina pública para fins eleitorais não foi este Vereador. Há dez, vinte, trinta manchetes de jornais dizendo. Eram pessoas segurando bandeirinha na mão dizendo: “eu vou votar, porque vou ter um benefício lá; vou votar porque vou sair daqui e vou para o Parque Santa Fé.” Quem está dizendo isso não sou eu.

Por isso, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, quero fazer um apelo para que nós possamos fazer, na Ordem do Dia, Sr. Presidente, que esse assunto seja o número um.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Concedo a V. Ex.ª, prazerosamente, o aparte. V. Ex.ª sempre abrilhanta o debate.

 

O Sr. Estilac Xavier: Agradeço, Ver. Sebastião Melo. Três questões: em primeiro lugar, este Governo tem a honra de ter sido o responsável por evitar que mil famílias fossem despejadas à época do seu Governo, no Governo Pedro Simon; em segundo lugar, este Governo só não encaminhou a CPI até o último resultado que nos interessa investigar por uma medida sua, que foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça; em terceiro lugar, nós vamos votar, sim, a CPI, hoje, não tem problema, mas amanhã a Justiça estará dando de novo razão no sentido de que a legalidade deve prevalecer, porque este País tem estado de direito e tem lei. Até V. Ex.ª está submisso à lei, como todos nós. Obrigado pelo aparte.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: O Governo de V. Ex.ª deveria cumprir a lei e não usar a máquina pública para fins eleitorais. Isso é contra a lei!

 

(Manifestações nas galerias)

 

Então, V. Ex.ª contradiz aquilo que fala. Muito obrigado pela tolerância e vamos votar a CPI a favor do povo e da cidadania. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ZÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, minha Questão de Ordem, não a fiz enquanto os dois últimos oradores estavam falando para não parecer que eu estava querendo impedi-los de falar. Mas considero que o Regimento desta Casa deve ser obedecido. A ordem de inscrição que consta no “espelho”, no período de Comunicações, é alfabética e não pode ser mudada, ao meu ver, esta ordem. Por que estou dizendo isso? Porque o Ver. Reginaldo Pujol e o Ver. Sebastião Melo eram os dois primeiros inscritos e acabaram, por decisão deles, inclusive sem consultar os demais inscritos - um deles era eu -, e acabaram falando por último. Sabemos que a ordem dos fatores altera o produto nas falas. Então, quero que o Regimento, daqui para a frente, seja cumprido, rigorosamente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Zé Valdir, faremos com que o Regimento seja cumprido, mas o Ver. Reginaldo Pujol esteve aqui e pediu permissão, e este Presidente deferiu. Mas lhe prometo cumprir o Regimento.

 

O SR. ZÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, então, nesse caso, no mínimo, os outros Vereadores que estão inscritos na ordem - que é, até prova em contrário, a ordem oficial das falações -, que sejam consultados. Se houver consenso de todos, tudo bem. Eventualmente, pode ser feito por acordo com os inscritos. Do contrário, tem que seguir o Regimento.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, para um esclarecimento à Casa e à Presidência. Como é praxe aqui, os Vereadores podem fazer a alternância nas suas falações. Na sexta-feira, o Ver. Paulo Brum pediu para que eu usasse o tempo dele e cedesse o meu tempo para ele hoje. Eu fui ao gabinete dele, pedi para ficar por último, e o Ver. Paulo Brum não chegou até este momento. Por esta razão, única e exclusiva, porque eu tinha usado o tempo dele, sexta-feira passada, ele não chegou e a sua secretária veio ao Plenário e disse: “Pode usar o tempo, Vereador”. Então, foi esta a razão, para ajudar a esclarecer os fatos, porque não houve nenhuma intenção de ficar por último para falar nas Comunicações.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Gostaria de comunicar que o art. 182 do Regimento, no seu parágrafo único, diz: (Lê.) “Fica facultada, com o consenso dos inscritos, a alteração da ordem para o uso da palavra”. Ao menos, o Ver. Reginaldo Pujol esteve aqui, fez o Requerimento à Mesa e os demais inscritos ficaram em silêncio. E este Vereador, assumindo a Presidência, deferiu o Requerimento. É só para expor e explicar ao Ver. Zé Valdir. Mas, na próxima vez, Ver. Zé Valdir, o Presidente irá consultar individualmente os inscritos, mesmo que eles fiquem em silêncio, com muito prazer.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, eu creio que o encaminhamento que V. Ex.ª deu ao assunto resolve. Mas eu tinha, na medida que V. Ex.ª tinha chamado o Ver. Reginaldo Pujol, que não se encontrava no Plenário, embora na Casa, tinha-se inscrito naquele momento. Mas depois foi acertado aí na Mesa, o Ver. Luiz Braz chegou até a pedir a palavra e eu cheguei a fazer um gesto em inconformidade, mas, depois, me submeti. Mas eu creio que o encaminhamento de que se consulte a todos os inscritos, agora, resolve. Eu creio que está superado o assunto. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Perfeitamente. V. Ex.ª sabe que o Líder pode dispor do tempo do seu liderado.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. João Carlos Nedel, que preside os trabalhos, demais Vereadores, Vereadoras, todos os que nos assistem aqui e também nas suas casas, queria no dia de hoje, em Comunicação de Líder, tratar dessa polêmica da não-abertura dos do comércio ao domingos. Inicio referindo-me ao Ver. Reginaldo Pujol, caro amigo, que me antecedeu. Se por um algum acaso essa pessoa amiga que veio a Porto Alegre teve que ir a Novo Hamburgo para comprar um presente, este problema se deve exclusivamente ao SINDILOJAS e ao sindicatos patronais que se negaram a assinar um acordo, definindo um certo número de domingos - e um, certamente, seria o que antecedia o Dia das Mães, quando tradicionalmente o comércio abria.

Não é a Lei que existe aqui que impede isso. Esta Lei, teoricamente, permitiria o abertura do comércio todos os domingos. Depende da livre negociação entre trabalhadores e empresários, que os liberais tanto prezam. Mas parece que agora querem impor a abertura do comércio aos domingos sem negociação.

Em segundo lugar, quero dizer que Porto Alegre têm muitas belezas, Ver. Luiz Braz, além de ir comprar. Poderia comprar artesanato, poderia ir no Brique, que é uma grande forma de conhecer Porto Alegre; poderia conhecer as belezas naturais de Porto Alegre, a arte, os prédios, e assim por diante. Só aqueles contaminados pelo consumismo doentio podem achar que as pessoas vão vir a Porto Alegre só para comprar somente, e comprar em shopping. O shopping aqui ou em Cingapura é a mesma coisa. Então, não cabe, evidentemente, essa interpretação.

Além disso é bom que a pessoa ficasse para segunda-feira, já que o seu grande objetivo era comprar, gastasse mais um dia em Porto Alegre, e os cofres da nossa Cidade se enriqueceriam.

Queria deixar claro, também, que a abertura indiscriminada do comércio aos domingos e feriados é, na verdade, a revogação da lei áurea do balcão, conquistada em 1884, quatro anos antes da abolição da escravidão. Por isso, costumo dizer que os neoliberais, que agora estão revogando a CLT, se deixarmos, o próximo passo deles é revogar a Lei Áurea, é voltar à escravidão, porque isso eles querem para o comerciário.

Mas não é só o comerciário que é massacrado pelo trabalho todos os domingos e feriados: também o pequeno comerciante, o comerciante de bairro lá do Rubem Berta, lá do Jardim Leopoldina, que sobrevive pela possibilidade que ele tem de trabalhar aos domingos com o pessoal da família, e é onde ele ainda faz a fezinha. Por isso a maioria dos pequenos comerciantes, comerciantes de bairro, comerciantes de rua são contrários também. Não são só os comerciários.

 Quem é a favor? Shopping center, porque no fim de semana, no domingo, ninguém sai de casa para comprar na Azenha ou na Assis Brasil; vai comprar no shopping. E na segunda e terça-feira as vendas do pequeno comerciante, do comerciante de bairro, do comerciante de vila caem e eles vão fechando como vemos acontecer.

Por fim, queria dizer que não paire dúvida sobre a prevalência da Lei Municipal sobre qualquer lei federal, Ver. Humberto Goulart, sobre a questão da abertura do comércio.

Vou ler o tal de Precedente Administrativo n.º 45, que o Sr. Alceu Marconato, que incitava baderna nesse fim de semana, tanto usou para justificar a abertura. Diz o Precedente Administrativo n.º 45, inciso III: (Lê.) “Por sua vez, a abertura do comércio aos domingos é de competência municipal, e a verificação do cumprimento das normas do Município incumbe a fiscalização de posturas locais”.

Por isso, tratarei do Projeto de Lei do Ver. Haroldo de Souza que entra na Pauta na próxima quarta-feira. Tratarei na quarta-feira, mostrando como ele retorna à escravização do comerciário de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a Emenda n.º 01, de Liderança, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao PLE n.º 038/01.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, imaginem o perigo que representa a demagogia em meio a sociedade: faz as pessoas pensarem que uma determinada corrente política quer muito alguma coisa, quando, na verdade, não quer. A demagogia é responsável por grandes massas serem utilizadas apenas em proveito de outros pequenos grupos, que fazem com que essas grandes massas estejam à sua disposição. São as massas de manobra. Eu ouvi aqui o discurso inflamado do Vereador comunista, Raul Carrion, que fez uma apologia do não-trabalho aos domingos e da proteção ao trabalhador. Eu quero que todos os senhores, por favor, façam uma pesquisa com relação ao trabalhador no mundo comunista. Sabem por que a globalização acaba sendo nefasta para toda a sociedade? É porque lá no mundo governado pelo Partido do Ver. Raul Carrion, lá no mundo comunista, os trabalhadores são obrigados a trabalhar por pequenos salários, de sol a sol, todos os dias. Não sou eu que estou dizendo isso; pesquisem para ver o que acontece lá. Vêm aqui os comunistas dizendo que o neoliberal não quer, que o neoliberal é o responsável pela abertura do comércio, uma coisa, outra. Ele está escondendo o jogo. Eu quero que ele diga, onde o seu Partido, a sua ideologia governam o que acontece com o trabalhador, porque esse discurso é feito só até chegar ao poder, esse discurso é só para tomar o poder. Quando essas ideologias de extrema esquerda chegam ao poder, o que acontece? Nós temos exemplos de maus tratos aos trabalhadores exatamente nessas regiões.

Aqui, alguns da extrema esquerda que chegaram ao poder, no momento de honrar as promessas feitas aos trabalhadores, por exemplo, no campo de educação, no campo da segurança pública, na hora de honrar os salários, na hora de honrar as promessas que foram feitas, na hora de concretizar essas promessas, nada! Eu estou vendo o meu amigo Darvin Ribas aqui. Darvin, vocês receberam as promessas no campo da Previdência Social? Na hora de honrar essas promessas, o que aconteceu? Você diz muito bem: “Nada! Nada!” Assim são os componentes deste Plenário que são vinculados a essas facções de extrema esquerda, que fazem discursos belíssimos - belíssimos para quem não conhece a História, para quem não conhece o mundo - dizendo que eles vão resolver o problema da nossa sociedade. Peço, por favor, que cada um daqui vá pesquisar o que acontece com o trabalhador lá no mundo que é dirigido pelo Partido do Ver. Raul Carrion, pelos comunistas. O que acontece com esses trabalhadores? Vejam só a que eles têm direito. Sabem a quê? A nada, a absolutamente a nada, nem a salários; eles não são respeitados. As pessoas pertencentes a essa ideologia, quando vêm aqui fazer pregação de que querem o domingo, ou não querem o domingo, eu acho que têm que fazer baseadas naquilo que elas realmente sabem fazer, ou seja, punir trabalhadores.

Nós queremos fazer uma discussão séria com relação à possibilidade da abertura do comércio aos domingos ou não, mas respeitando os trabalhadores, como sempre fizemos, jamais punindo os trabalhadores. E nós temos história para comprovar isso, e temos história também para comprovar que não é correto o discurso que muitas vezes se faz aqui da tribuna e que é apenas para enganar a platéia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Ex.mo Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, é com muito orgulho e respeito que me dirijo a V. Ex.ª para relatar o que todos já sabem: existe uma guerra não-declarada em nosso País, e não é diferente em nossa Cidade. Embora reconheça o esforço do combate à criminalidade pela Brigada Militar e pela Polícia Civil, que, nos últimos três anos, têm recebido o menor investimento de sua história, pergunto aos responsáveis pelos investimentos, se realmente eles estão preocupados com a nossa segurança, pois acreditamos que segurança também se combate com informação e educação. Este é o motivo que me traz a esta Casa.

Todos sabem que sou oriundo de uma cidade dentro de outra, chamada Rubem Berta, onde residem mais de trinta mil habitantes, sendo maior que 80% das cidades do interior, e onde existe uma infra-estrutura necessária. Porém, o Rubem Berta, um bairro com essa população, sendo ela de poder aquisitivo, em sua maioria irrisório, não tem condições de mandar seus mais de mil e quinhentos adolescentes para uma escola de 2.º grau.

Solicito aos membros desta Casa a parceria de todos que possam ajudar essa comunidade. Existe uma escola de 1.º grau, chamada Júlio Brunelli, em condições de abrigar esses mil e quinhentos alunos, mas, no turno da noite, ela se encontra fechada, desperdiçando, assim, o nosso dinheiro, o dinheiro do contribuinte.

Peço a parceria desta Casa, peço aos Srs. Vereadores que lutemos juntos para implantar a escola de 2.º grau no Rubem Berta. Eu também gostaria de perguntar a Administração Popular, porque não foi implantada uma conquista do Rubem Berta: a reforma e ampliação das instalações do Programa da Saúde da Família do Rubem Berta, do caderno de investimento 98/99. Já vários anos se passaram, e nenhuma pedra foi colocada lá. Gostaríamos de saber o motivo e onde se encontra o dinheiro conquistado pela população do Rubem Berta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Ver. Paulo Brum, presidindo os trabalhos da tarde de hoje, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara, primeiramente é importante ressaltar que hoje, nesta Câmara, nós apreciaremos e votaremos um projeto de criação dos quarenta e três cargos que envolvem a questão da saúde em Porto Alegre. Este é um projeto importante que, junto com o Projeto do Hospital Presidente Vargas, pretende atender melhor a parte da saúde em Porto Alegre e também equipar o HPV, que Porto Alegre assume e que é tão importante para a Cidade. Então, hoje, este será um dos principais Projetos que a gente vai analisar nesta Casa. Segundo, nós trataremos aqui do Parecer da CCJ a respeito da CPI do DEMHAB. É importante, então, fazer um balanço. Qual é esse balanço? Esta CPI vai fazer aniversário. Primeiro foi proposta com 19 pontos; desses 19 pontos, 17 sumiram, Ver. Celeste, sumiram 17 pontos. Quando ela foi instalada, da primeira vez, nós avisamos que era formada de 19 fatos indeterminados. Pois, no mínimo, Ver. José Valdir, nós tínhamos razão em 17, pelo jeito, porque 17 sumiram no Requerimento sem nenhuma explicação de aonde foram parar os 17 pontos? Reuniram por mais de seis meses, tentaram votar suplentes para Vereadores em comissão. Suplente para todo Vereador, Ver. Zé Valdir, V. Ex.ª não estava aqui, vai ficar assustado, mas a Comissão tinha onze Vereadores e onze Suplentes, não existe isso em lugar algum. Aqui na CPI existia. Depois, não conseguindo juntar nenhum fato perfeito, nenhum fato que comprovasse nada das denúncias, a oposição resolveu suspender a CPI, suspender mas seguir investigando, então, não suspendia na verdade. Nós exigimos que a CPI continuasse, a CPI deveria continuar e cumprir com os seus prazos, mas não, suspenderam a CPI. Nós fomos na justiça para que a CPI continuasse. E depois que estavam todos os prazos estourados, por movimentação da oposição, que não queria que a CPI funcionasse, depois de todos os movimentos anti-regimentais e ilegais feitos, nós vencemos, na justiça, que não era possível suspender a CPI. Pois essa CPI que nada provou, que não juntou sequer uma prova sobre as possíveis irregularidades, pois essa CPI está sub judice, agora, se podia ou não podia suspender naquela época. E obviamente não podia. Foi feita uma manobra proposital para que ela parasse mesmo. Aí depois veio um novo pedido de CPI. Nesse novo pedido de CPI sumiram 17 pontos. E querem duas CPIs funcionando ao mesmo tempo sobre o mesmo assunto. Mas nós fizemos mais, Ver. Zé Valdir, nós propusemos uma audiência pública com o Diretor do DEMHAB, com a comunidade junto com a Caixa Econômica Federal. Pois o DEMHAB, a Caixa Econômica Federal e a Câmara de Vereadores, representada na época pelo Ver. José Fortunati se propôs a ver uma nova negociação com relação ao Leopoldina. Surpresa, Ver. Zé Valdir: o único representante - que se dizia representante dos moradores do Leopoldina - não aceitou, não quer fazer negociação, quer CPI. Então fica claro que isso é uma disputa única e exclusivamente partidária de quem não quer negociar nada. Nós queremos negociar.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Por favor, Ver. Marcelo Danéris, eu estou assegurando o tempo de V. Ex.ª. Eu quero que os nossos visitantes, por favor, mantenham-se em silêncio, dêem condições para que possamos dar continuidade ao nosso trabalho. Nós temos um Vereador na tribuna usando o seu direito de livre manifestação. Caso não houver silêncio vou pedir para que se esvazie as galerias. Vamos respeitar para sermos respeitados.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, sou Líder da Bancada do PDT e mesmo antes dessa condição, como Vereador desta Casa, tenho assinado todas as CPIs no sentido da investigação dos assuntos do DEMHAB. Mas temos que ter aqui respeito à dignidade de cada um dos parlamentares desta Casa. Está na tribuna o Ver. Marcelo Danéris do PT, que é Líder da sua Bancada, ele tem todo o direito de manifestar o seu pensamento e nós temos que respeitá-lo, ainda que possamos divergir das posições sustentadas por ele da tribuna. Assim se constrói a democracia e não com a balbúrdia de qualquer lado. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): É exatamente nesse sentido que a presidência está conduzindo os trabalhos.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: O que V. Ex.ª havia falado, o Ver. Isaac Ainhorn, em um tempo que eu não sei qual, simplesmente referendou o que V. Ex.ª já havia dito.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Exatamente, Ver. Fernando Záchia, enquanto na direção dos trabalhos não podemos adivinhar qual será o pronunciamento do Vereador. O Ver. Isaac Ainhorn solicitou uma Questão de Ordem, nós concedemos a Questão de Ordem, mas de acordo com a maneira como estamos conduzindo a direção dos trabalhos. Queremos informar os visitantes que são bem-vindos, muito bem-vindos, mas solicito que mantenham-se em silêncio dando condições para continuarmos os trabalhos, caso contrário nós iremos, sem sombra de dúvidas, evacuar as galerias.

Ver. Marcelo Danéris a palavra está com V. Ex.ª.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Agradeço, Sr. Presidente e agradeço, também, ao Ver. Isaac Ainhorn, dizendo que convivemos com a crítica e queremos fazer este debate com argumento e não no grito. Nós queremos fazer desta Câmara - com a CPI - um instrumento sério de investigação.

Nós queremos que o Regimento e a Lei Orgânica, no mínimo, sejam respeitados. Duas CPIs sobre o mesmo assunto não é admissível, Ver. Sebastião Melo. E uma segunda CPI em que somem 17 pontos sem nenhuma explicação ou justificativa pública para seis meses de gastos públicos: xerox, pedidos disso, daquilo, reuniões, mobilizando a estrutura da Câmara sem nenhuma explicação para a comunidade. Onde foram esses gastos? O que houve com os 17 pontos? No mínimo nos deram razão em 17 pontos. Essa CPI provou que não consegue uma única prova que prove qualquer irregularidade ou suspeita em relação ao DEMHAB, ao Pestana ou às questões que envolvem a Habitação.

Encerrando, Sr. Presidente, a Bancada do PT votará contra o Requerimento porque, antes de tudo, é ilegal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Ver. João Carlos Nedel, na direção dos trabalhos, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores; Partido que diz que prima tanto pela inclusão social, que divulga tanto essa idéia da inclusão social, e de que essa foi também uma descoberta do Partido dos Trabalhadores. Ao Plenário nós queremos informar que protocolamos na manhã de hoje um Pedido de Informações para que o Executivo informe a esta Casa, informe às entidades que lutam junto as questões das pessoas portadoras de deficiência, qual o montante de recursos federais do Programa de Gestão Municipal de Assistência Social que foi transferido pela União ao Município de Porto Alegre no ano de 2001 para o Programa de Apoio à Pessoa Portadora de Deficiência. Informar, também, discriminadamente, mensalmente, com total anual, a quais entidades assistenciais foram destinados os recursos. Recursos esses fornecidos pelo Governo Federal.

A informação que temos é de que, no ano de 2001 foram repassados à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, somente para atender o Programa de Atenção às Pessoas Portadoras de Deficiência, na área de Assistência Social, o montante de 1 milhão, 363 mil, 529 reais. Essa é a informação que temos, que nos foi passada pela Secretaria Estadual de Assistência Social. Queremos saber onde foram aplicadas essas verbas destinadas exatamente para atender as pessoas portadoras de deficiência, comprovadamente carentes, com recursos vindos da União, somente para o Estado do Rio Grande do Sul e, também, ao Programa de Atenção às Pessoas Portadoras de Deficiência foram destinados 8 milhões, 627 mil para fazer esse trabalho de assistência social.

Por outro lado, no ano de 2000, nós aprovamos uma Emenda ao Orçamento de 2001 e, para a nossa indignação, também não foi cumprida pelo Executivo Municipal. Muitas vezes nós acordamos com a Bancada do Executivo para aprovarmos certas emendas e que muitas vezes fica apenas no papel frio.

O que diz essa nossa Emenda que foi aprovada? Inclua-se ao Projeto, adiante discriminado, o valor de 80 mil reais, com a seguinte classificação orçamentária: Secretaria Municipal de Saúde; atendimento à pessoa portadora de deficiência física, equipamentos e material permanente.

O que nós queríamos com essa nossa Emenda? Que se criasse na Secretaria Municipal de Saúde uma rubrica para poder fornecer cadeiras de rodas, aparelhos auditivos, bengalas àquelas pessoas portadoras de deficiência que necessitam desses equipamentos para poder buscar a sua inclusão social. E nós sabemos, de fonte segura, que o Ministério da Saúde, por intermédio do SUS, repassa mensalmente ao Estado do Rio Grande do Sul, conseqüentemente, também, a nossa Prefeitura Municipal de Porto Alegre, uma verba significativa para atender a demanda de equipamentos, de órteses e próteses que venham a atender as necessidades das pessoas portadoras de deficiência.

Sr. Presidente, fica este nosso alerta, esta denuncia de que as Emendas aprovadas nesta Casa Legislativa não estão sendo cumpridas pelo Poder Executivo Municipal. Estamos trazendo mais esse nosso questionamento e, esperamos que o Executivo nos informe sobre o porquê de não cumprir essa Emenda, que se tornou Lei no Orçamento Municipal de 2001, e que até agora não foi cumprida pelo Poder Executivo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo PMDB.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Vereador, no início do presente ano, enviou um Pedido de Informações à EPTC. Esse Pedido de Informações fazia oito questionamentos a respeito dos números, dos valores, das multas, da localização, toda uma complexidade de dados, alguns para nós desconhecidos, a fim de que pudéssemos oficialmente saber desses dados. Em meados do mês de fevereiro, recebi uma correspondência do Sr. Prefeito que pedia a prorrogação do prazo para responder o Pedido de Informações, tendo em vista a complexidade dos dados. Este Vereador prontamente concordou, porque o nosso objetivo não é ter a resposta em vinte dias ou um mês a mais, o nosso objetivo é que possamos ter na Câmara Municipal todos esses dados para trabalharmos em cima da veracidade e autenticidade dos dados. Na sexta-feira, recebi a cópia desse Pedido de Informações respondendo a sete dos itens. No último item, que eu vou ler textualmente para que haja a compreensão das senhoras e dos senhores; o item 3 que formula: “Qual foi a destinação do valor arrecadado em multas de trânsito, nos anos de 2000 e 2001? Discriminar de acordo com o que estabelece o art. 320 do Código de Trânsito Brasileiro; a saber: sinalização, engenharia de tráfego, de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.” Essas são as formulações feita por este Vereador.

3.1 “No caso da educação de trânsito informar discriminadamente as datas, os temas das campanhas realizadas e os gastos correspondentes, de ano a ano, 2001 e 2000”.

3.2 “No caso de pavimentações de vias informar discriminadamente os valores e as vias que foram pavimentadas. Nos casos de instalações de novos pardais, caetanos e lombadas eletrônicas, informar os valores dos locais onde foram implantados ano a ano”.

Responde a EPTC, nesse Pedido de Informações: “Deixou de ser respondido face a inviabilidade jurídica de seu atendimento, em função da generalidade e verdadeira devassa na vida de um Órgão, ferindo a independência e a harmonia entre os Poderes e não cumprindo os requisitos indispensáveis ao Pedido de Informações: razoabilidade da solicitação, especificidade da solicitação, ser ato administrativo passível de fiscalização. A par disso, a razoabilidade e a proporcionalidade também são princípios informadores da Administração Pública. O conteúdo das solicitações, que não tivemos condições de responder, dão conta da falta de razoabilidade e proporcionalidade, na medida em que são extremamente genéricos e visam radiografar a EPTC nos mais variados assuntos, implicando verdadeira devassa no Órgão e que não merece guarida no sistema jurídico vigente”.

Isso é uma falta de respeito da EPTC, não com o Ver. Fernando Záchia, com a instituição! O Ver. Fernando Záchia, no direito legítimo que todos nós Vereadores temos, só queria saber onde se gasta o dinheiro que se recebe das multas? Se estão – o Código de Trânsito Brasileiro, no seu art. 320 diz que tem de gastar em segurança de trânsito -, quero saber se foi colocado em pavimentação, se foi colocado em campanhas educativas, se foi colocado na colocação de novos equipamentos. Vem o senhor, meu querido amigo, o Engenheiro Luiz Carlos Bertotto, porque está assinado, dizer que isso é devassa no Órgão? Ora! Fechem, terminem com a Câmara Municipal, e vão administrar sem a participação construtiva desta Casa. Nós queremos ajudar a construir, nós queremos ajudar a resolver os problemas da cidade de Porto Alegre. Quando há um exagero nas multas, quando há, por parte deste Vereador, uma dúvida e quer esclarecer e saber onde estão colocando os recursos da EPTC, há o entendimento do Sr. Bertotto, assinado pelo Sr. João Verle, Prefeito da Cidade, de que este Vereador está querendo fazer devassa na EPTC. Vou entrar com uma representação, junto à Mesa Diretora, junto ao Presidente Ver. José Fortunati, porque tem de haver respeito com a instituição, com os Pedidos de Informação, que os Vereadores Luiz Braz, Sebastião Melo, Beto Moesch fizeram e que não foram respondidos. Como vamos conseguir expor, explicar, dialogar com a comunidade, com a população, com a sociedade, se não temos os dados oficiais, porque nos são sonegados. Não estou fazendo nenhuma crítica, estava pedindo informações para fazer uma avaliação correta da situação do trânsito da cidade de Porto Alegre. E foi negado.

Ver. Paulo Brum, este Vereador está oficializando uma representação por escrito junto à Mesa Diretora, junto ao Presidente, Ver. José Fortunati, para que se posicione, defendendo os interesses desta Casa, desta instituição que é muito maior do que algumas pessoas possam pensar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicação de Líder, pelo PPB.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu caro Ver. Fernando Záchia, é preciso não se desgastar, porque, realmente, o Executivo não está muito preocupado em resolver os problemas da Cidade. Tanto que o Prefeito passou por ali, foi eleito, jurou que ficaria quatro anos e ficou alguns dias.

Eu também fiz um Pedido de Informação muito mais simples do que esse aí. Só fiz a seguinte pergunta: “Como foi autorizada a construção ilegal na esquina da Av. Mariland com 24 de Outubro? Não me responderam, e foi em meados do ano passado; já vai fazer um ano. O Prefeito fugiu da Cidade e não respondeu. Ora, tem de saber quem é que autorizou a construção ilegal e que número teriam dado. Bem, não tinha número quando eu pedi. E ao lado daquela eu também queria saber quem autorizou o aumento daquela em que está previsto o recuo. Não me responderam, mas a construção ilegal já tem número. Se já tem número, 1.480, a SMIC – ah não, a SMAC, Secretaria Municipal dos Ambulantes e Comerciários, deu o número; deve ter até alvará. Por isso que eles não podem responder quem é que autorizou a construção ilegal, como ilegal também foi aquela da Nova Iorque com a 24 de Outubro. Há uma prevenção contra a 24 de Outubro desses Prefeitos. Aliás, era o Dr. Tarso Fernando que estava lá em 93, quando autorizaram ilegalmente aquela construção. Portanto, aquela da Nova Iorque que foi autorizada; depois de dar o habite-se autorizaram, e aí queriam me convencer que era em razão de uma Lei Complementar n.º 138, que já não vigia mais. Mas tudo bem.

Mas a SMAC, Secretaria Municipal dos Ambulantes e Comerciários, tem de ter convicção de uma coisa: ela foi criada para resolver problemas da indústria e do comércio. Então, vejam o que aconteceu: no Natal, o comércio poderia abrir no domingo, antes do Natal, e os ambulantes impediram a abertura do comércio em alguns lugares da área central. E a Secretaria Municipal dos Ambulantes e Comerciários não esteve presente para dizer que não podia ser assim. Não reuniu as suas forças todas para garantir a abertura do comércio aos domingos, porque estava legal e regimental. Não, isso eles não fizeram. Agora, os comerciários disseram que não permitiriam a abertura do comércio e a Secretaria Municipal dos Ambulantes e Comerciários chamou os comerciários. Não, o Secretário tinha de chamar os dois: os comerciantes e os comerciários, porque não existe comerciário sem comerciante. Não existe. Pode ter comerciante sem comerciário, mas comerciário sem comerciante não tem. E depois, como emprego gera emprego, desemprego gera desemprego, eles deviam chamar todos os interessados e tentar equacionar o problema e não apadrinhar uma parte. Nem estou dizendo que as informações trazidas pelo SINDILOJAS fossem corretas. Mas tinham que ser analisadas lá na Secretaria, que deveria ser de Indústria e Comércio e não é.

Então, tenho todas as dúvidas do mundo, quando a população realmente quer que as lojas abram as portas aos domingos, prova está no que aconteceu em Novo Hamburgo, Cachoeirinha e Canoas, onde o movimento no comércio aumentou uma enormidade no domingo. Quem é que fez esse aumento, superando todas as expectativas dos proprietários? Foram os porto-alegrenses, que foram comprar lá.

Então, Secretário Municipal de Ambulantes e Comerciários, não é essa a sua função, é de indústria e comércio, cuide da indústria e do comércio, que estão muito mal cuidados. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra, para uma Comunicação de Líder, pelo PL.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente em exercício Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, pessoas que nos assistem pela TV Câmara, pessoas que nos dão o prazer de nos acompanhar das galerias, protocolei, no dia 7 de dezembro de 2001, o Projeto de Lei n.º 297/01, que regulamenta a instalação de controladores eletrônicos de velocidade no Município de Porto Alegre. Srs. Vereadores, o que me levou a entrar com esse Projeto é porque entendo que as lombadas eletrônicas - essas sim - têm o objetivo de educar para o trânsito de Porto Alegre. Já não posso dizer o mesmo dos chamados pardais. Vejo que a finalidades desses equipamentos, muito mais do que multar, é a de arrecadar. Os pardais, hoje, fazem parte da arrecadação orçamentária do Município, onde já é previsto quanto eles irão arrecadar. Quero lembrar aos nossos amigos Vereadores e Vereadoras que Projeto como esse que protocolei aqui na Casa já foi aprovado em Santa Catarina. Este Vereador, Sr. Presidente, não é contra que o nosso trânsito, de maneira alguma, seja um trânsito educado, mas da maneira selvagem como é feita aqui em Porto Alegre. Discutem, Srs. Vereadores, a questão do preço dos equipamentos entre um pardal e uma lombada eletrônica. Pergunto aos senhores: se o objetivo é realmente salvar vidas, evitar acidentes, não vejo por que questionar preços de uma lombada eletrônica e de um equipamento chamado pardal, se o objetivo realmente for evitar acidentes, danos materiais e salvar vidas humanas. Estou lutando com esse Projeto e espero que seja votado nos próximos dias com a colaboração dos nossos amigos Vereadores, aqueles que entendem, da mesma forma que eu de que educar um trânsito, evitar acidentes não comece a fazer com que os condutores de veículos andem em pânico dentro dos seus automóveis.

Hoje, Ver. João Antonio Dib, dentro de um automóvel, o assunto que mais se conversa é o passageiro avisando o motorista onde estão os pardais, como se já não bastasse o medo nas sinaleiras com os seqüestros-relâmpago, agora também o medo dessa fúria arrecadatória que são os pardais.

Espero que nos próximos dias possamos votar esse Projeto. Quero lembrar também do meu companheiro Ver. Fernando Záchia, que também é um defensor dessa causa e muito tem lutado para que essa fúria venha a ter fim no nosso Município. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras. Esta Casa tem um papel de ressonância. Historicamente, sempre teve um papel nesse sentido. Os acontecimentos e assuntos devem merecer, invariavelmente, por mais distantes que sejam, a sua avaliação.

Mas eu trago, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma preocupação aqui. Tenho externado essas preocupações que dizem do interesse geral do Estado. Nós tivemos, agora, há dois, três dias, quatro dias, a invasão de uma propriedade rural, um condomínio rural, de uma empresa rural no Município de Hulha Negra, Condomínio Ana Paula. E é bom, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que se acompanhem os acontecimentos.

Ontem, se invadiam latifúndios improdutivos. Até aí, havia uma certa compreensão, arredada a discussão da propriedade.

Mas, agora, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, com a conivência da autoridade, com o silêncio da autoridade, se invade uma propriedade que tem sido modelo para os países do Prata e modelo nacional na produção de carne, como poderia ser qualquer tipo de produção. Então, está invadida a fazenda. Há um descaso absoluto e uma conivência, o que é mais grave, porque os produtores têm pedido o cumprimento da lei, enfim, que a autoridade lhes dê segurança. Segurança a que faz jus qualquer cidadão, mormente, pessoas que produzem, que empregam, propriedades que empregam, que recolhem tributos e lá se invade. Aliás, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esse movimento, que eu tenho dito, é o movimento contrário a uma reforma agrária séria e técnica. Já tem a sua sede aqui na Av. Farrapos, aquilo ali é símbolo da corrupção e da contravenção. Há alguma dúvida? Hoje é sede do MST, antes era sede do PT. Pois bem, então se invade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma propriedade que produz, que recolhe tributos, e tem a conivência e a gravidade do Governo do Estado. A Brigada Militar não age, porque a autoridade política não lhe permite que aja. Então as coisas vão acontecendo. Ontem, se matou um cachorro; amanhã, pode-se matar o dono da propriedade. É muito grave o crescendo que vem se dando no nosso interior do Estado, porque se trata de uma propriedade que produz, não é latifúndio, não é algo improdutivo, é uma propriedade que, inclusive, serve de modelo para a economia do Rio Grande do Sul, e, muitas vezes o Governo se vangloria de ter produzido tanto de carne, tanto de grão, etc.

Então a propriedade modelo, com aperfeiçoamento genético, com altos padrões, está invadida. Depois fica difícil segurar o outro lado. Nós temos advertido, porque poderemos chegar a qualquer momento àquele acontecimento lamentável de Carajás. Alguém quer isso?

Nós temos o dever, a responsabilidade de advertir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos apregoar a retirada de tramitação da Emenda de n.º 01 ao PLE n.º 038/01, de autoria do Ver. João Antonio Dib.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 4748/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que acrescenta dispositivo na Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 027/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1241/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 027/02, que autoriza permuta de próprios municipais e imóvel pertencente a Distribuidora de Petróleo Ipiranga S/A.

 

PROC. 1422/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/02, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que institui o Fundo Municipal de Apoio à Economia Popular e Solidária.

 

PROC. 1428/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/02, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que estabelece percentual mínimo de 2% de dispêndio da verba destinada à publicidade nos meios alternativos de imprensa.

 

PROC. 1544/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 069/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Pedro Antônio Xavier Zaluski.

 

PROC. 1551/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que institui a Década Porto-Alegrense pela Cultura da Paz.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Pelo ineditismo do fato, sete Projetos de Lei para serem discutidos no 3º dia de Pauta, dois saíram, eu também desisto.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, desisto para facilitar a entrada na Ordem do Dia, quando vamos discutir a CPI do DEMHAB.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste.

Encerra-se o período de discussão de Pauta.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu teria direito, ainda, a falar pela Liderança, e só falarei se realmente não estiver confirmada a CPI da Habitação para o início dos trabalhos na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): É a primeira.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sendo a primeira, desisto também da Liderança, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Solicito a seguinte ordem de votação acertada com as Lideranças: Parecer n.º 035/02; depois, a votação em bloco dos Projetos com nomes de ruas, títulos, prêmios, comendas e homenagens: PLL n.º 130/01; PLL n.º 131/01; PLL n.º 132/01; PLL n.º 281/01; PLL n.º 286/01; PR n.º 055/01; PR n.º 001/02; PR n.º 002/02; PR n.º 003/02; PR n.º 004/02; PR n.º 006/02; PR n.º 007/02; PR n.º 008/02; PR n.º 009/02; PR n.º 011/02; PR n.º 013/02; PR n.º 015/02; PR n.º 019/02; PR n.º 020/02; PR n.º 027/02; PR n.º 028/02; PR n.º 045/02, PR n.º 058/02 e PLE n.º 038/01.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento do Ver. João Carlos Nedel. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor, relator e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0666/02 - PARECER Nº 35/02, da Comissão de Constituição e Justiça, ao Requerimento nº 23/02, de autoria do Ver. Nereu D'Avila e outros - Proc. nº 0635/02, que solicita a instalação de nova CPI para investigar o DEMHAB.

 

Relator Ver. Luiz Braz: conclusões:

"...

Nesses termos, solicitamos a aprovação imediata desta Comissão de Justiça para a tramitação, com caráter de urgência urgentíssima, do requerimento que pede a CPI, e o indeferimento a qualquer intenção de impedir o seu trâmite."

 

Observação:

- encaminharam a matéria, em 03-05-02, os Vereadores J.Pinheiro, L.Braz, M.Danéris e E.Guimarães.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris, o Parecer n.º 035/02. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADO o Parecer n.º 035/02, por 18 votos SIM e 10 votos NÃO.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Ver. Paulo Brum, na presidência dos trabalhos, gostaríamos de requerer à Mesa - não sei como posso chamar, de ofício, a Diretoria pode ajudar - sobre o deferimento da Comissão Parlamentar de Inquérito a partir deste Parecer. Se a Mesa está deferindo a Comissão Parlamentar de Inquérito.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Nós vamos passar agora à decisão do Plenário ao Presidente da Casa, e ele vai tomar as medidas cabíveis. Neste instante, eu, enquanto Presidente dos trabalhos, não estou tomando nenhuma providência.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Foi deferida ou não pela Mesa a Comissão Parlamentar de Inquérito? Se deferida, gostaríamos de ter o ofício que defere a Comissão.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Este Parecer que votamos agora foi a Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, recorrendo de decisão do Presidente, que já havia deferido a CPI do DEMHAB. Já estavam, inclusive, indicando as lideranças, indicando os componentes da CPI. Ocorre que aí, segundo artigo do Regimento, de decisão do Presidente da Mesa, pode haver recurso à Comissão de Justiça, que foi o que o Ver. Juarez Pinheiro fez. Ele recorreu de uma decisão já prolatada e transitada em julgado do Sr. Presidente, que está chegando.

Presidente José Fortunati, eu gostaria da sua atenção. Estou sustentando que entendemos que o recurso já era dentro de um processo prestabelecido a respeito do deferimento da CPI do DEMHAB. V. Ex.ª havia deferido, e aí houve um recurso do Ver. Juarez Pinheiro à Comissão de Justiça, cujo recurso agora foi aprovado pelo Plenário. Portanto, no meu entendimento, ao natural e por conseqüência interna corporis do processo, já havia deferimento de V. Ex.ª, mas se agora se votou um recurso e o recurso foi denegado, porque o Ver. Juarez Pinheiro achava que não deveria instalar a CPI, mantém-se - no meu entendimento, e aí V. Ex.ª pode dirimir a matéria – a decisão inicial de V. Ex.ª no deferimento da CPI. Em todo o caso, nada obsta que agora, diante de uma nova ratificação do Plenário a respeito da constituição da CPI, que V. Ex.ª ratifique a confirmação da constituição de CPI. De qualquer modo, está colocada a questão. No meu entendimento ela já tinha sido deferida por V. Ex.ª.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Informo aos Srs. Líderes e ao Plenário o que votamos neste instante. Nós votamos um Parecer do Ver. Luiz Braz, exatamente nestes termos: “Solicitamos a aprovação imediata desta Comissão de Justiça para a tramitação, com caráter de urgência, urgentíssima, do Requerimento que pede a CPI e o indeferimento a qualquer intenção de impedir o seu trâmite.” Esse foi o Parecer aprovado, neste instante, pelo Plenário.

 

(O Ver. José Fortunati assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, no nosso entendimento, havia um efeito suspensivo em relação à decisão do deferimento ou não da Comissão., mas se está claro que há um deferimento por parte da Mesa para a instalação da CPI, nós estamos requerendo uma certidão desse deferimento por parte da Mesa, porque estamos ingressando, o mais rápido possível, com uma ação, um mandado de Justiça, pela ilegalidade de termos duas CPIs funcionando ao mesmo tempo. Imediatamente, nós entraremos com esse mandado de segurança e queremos a certidão para anexar aos autos do nosso Processo.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Esta Presidência tem a informar que, sem dúvida nenhuma, esta Casa acabou de votar um Parecer da Comissão de Constituição e Justiça, o Requerimento n.º 23 de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que teve um Requerimento realizado em Sessão anterior questionando a possibilidade da instalação dessa CPI. Este Plenário se manifestou. Manifestou-se de acordo com o Parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Desta forma, esta Mesa informa que dará trâmite normal à instalação da CPI do DEMHAB, e, ao mesmo tempo, informa ao Ver. Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, que está concedendo o que foi solicitado a esta Presidência.

Temos agora um Requerimento apresentado pelo Ver. João Carlos Nedel, que foi aprovado por todas as Bancadas, e vou passar à leitura para que possamos votar em bloco.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2155/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Diogenes Arruda Câmara um  logradouro público      não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

Observação:

-         incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

PROC. 2156/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Maria Trindade um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2157/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Olga Benario um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

Parecer:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4207/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 281/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Elias José Fermino um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4281/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 286/01, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que denomina Travessa Celso Afonso Soares Pereira um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Cel. Aparício Borges.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2455/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 055/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário Schenberg ao Professor e Cientista, Senhor Ivan Izquierdo.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0006/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 001/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul - CPERS/Sindicato.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0007/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 002/02, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Dr. Goulart, que concede o prêmio Quilombo dos Palmares à Sociedade Satélite Prontidão, na modalidade atuação na área política e social.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0008/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 003/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede a Comenda Pedro Weingärtner ao Senhor Nelson Jungbluth.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0009/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Doutor Nereu Lima.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0011/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 006/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o Prêmio de Jornalismo Carmen da Silva à Senhora Jurema Josefa da Silva.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0012/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o prêmio artístico "Lupicínio Rodrigues" ao Compositor e Músico Édson Régis dos Santos Vieira.

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0013/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 008/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor João Borges de Souza.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0014/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Firmo Rodrigues da Trindade.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0020/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 011/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Professor Airton Jordani Jardim.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0022/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o prêmio artístico "Lupicínio Rodrigues" ao Compositor Mauro Moraes.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0025/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 015/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede ao Batalhão de Polícia Ambiental da Brigada Militar do Rio Grande do Sul o prêmio Ecologista do Ano.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0032/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio Apito de Ouro ao Árbitro de Futebol Carlos Sérgio Rosa Martins.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0033/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o "Troféu Destaque Mário Quintana" ao Jornalista Antonio Carlos Macedo.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0088/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Prêmio Mário Rigatto ao Dr. Charly Fernando Genro Camargo.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0089/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 028/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Prêmio de Cinema Eduardo Abelin à Casa de Cinema de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto;

- da  CECE. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0422/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/02, de autoria da Mesa Diretora, que concede  o título honorífico de "Cidadão Integração de Porto Alegre" ao Cônsul Geral do Uruguai para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, Dr. Oscar Miguel Demaria Ferrari, e dá outras providências.

 

Observação:

- dispensado de parecer nos termos do art. 102, § 4º, do Regimento da CMPA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0975/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 058/02, de autoria da Mesa Diretora, que autoriza a reprodução do brasão oficial da Câmara Municipal de Porto Alegre na lápide tumular da ex-Vereadora Teresa Franco.

 

Observação:

- dispensado de Parecer nos termos do art. 102, § 4º, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão, em bloco, os seguintes Projetos: PLL n.º 130/01, PLL n.º 131/01, PLL n.º 132/01, PLL n.º 281/01, PLL n.º 286/01, PR n.º 055/01, PR n.º 001/02, PR n.º 002/02, PR n.º 003/02, PR n.º 004/02, PR n.º 006/02, PR n.º 007/02, PR n.º 008/02, PR n.º 009/02, PR n.º 011/02, PR n.º 013/02, PR n.º 015/02, PR n.º 019/02, PR n.º 020/02, PR n.º 027/02, PR n.º 028/02, PR n.º 045/02, PR n.º 058/02. (Pausa.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como foi aprovada esta situação excepcional de votar esses Projetos em bloco, eu indago, a título de esclarecimento, se qualquer Vereador quiser destacar algum deles para encaminhar, é possível?

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Não, não é possível na medida em que nós já tivemos um Requerimento aprovado. Nós temos que ter outro Requerimento aprovado pela maioria dos Srs. Vereadores.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente eu até me submeto, neste momento, e me rendo a essa deliberação soberana. Quero deixar claro que isso, nas próximas vezes, não deve ocorrer, porque vulgariza e banaliza a individualidade e a singularidade do Projeto que deve ser votado individualmente. Neste momento, me submeto, uma vez que houve uma votação. Mas deixo o registro, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Esta Mesa esta encaminhando o que foi decidido pelo Plenário.

Não havendo quem queira discutir, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam todos os Projetos permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS pela maioria dos Srs. Vereadores, contra o voto do Ver. Pedro Américo Leal.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4652/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/01, que cria cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada do Município, e dá outras providências. Urgência.

 

Parecer Conjunto:

- da  CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM. Relator-Geral Ver. Dr. Goulart: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n.º 038/01. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, estamos aqui para discutir o Projeto que cria alguns cargos no Hospital Presidente Vargas, Hospital que foi municipalizado e, portanto, passa a ser de domínio da Prefeitura de Porto Alegre.

Eu quero dizer, Ver. Dr. Goulart, que vou votar favoravelmente à matéria, mas quero deixar consignadas algumas questões que para mim são muito sérias. Primeiro, o Prefeito renunciante mandou a esta Casa um pacote chamado “Pacote de Abril”, para criar mais de mil e trezentos cargos nas mais diversas esferas da Administração Central, Centralizada e Descentralizada. Isso para mim tem um nome: chama-se Reforma Administrativa.

Eu pensei, imaginei e requeri, fiz uma petição requerendo uma Comissão Especial para juntar todos esses processos para que discutíssemos com profundidade essa matéria, porque essa atitude do Governo é uma confissão clara, inequívoca, cristalina, meridiana de que as coisas não vão bem na Prefeitura, do ponto de vista administrativo.

Mas o que se viu? Viu-se que o nosso Requerimento não teve ressonância! Aí, quero lamentar, meu querido Ver. Dr. Goulart e querido Ver. Ervino Besson, - que são dois Vereadores pelos quais tenho o maior respeito -, mas V. Ex.as entraram no jogo do Governo, porque quem tinha que pedir urgência e Comissão Especial não era a oposição e sim, o Governo. Se o Governo quer aprovar, ele que peça!

Então, quero dizer que vou retirar o meu Requerimento, porque ele não tem mais nenhum fundamento, porque um dia é para aprovar o Requerimento do Hospital Presidente Vargas, outro dia é o da Previdência, outro dia é o do DMAE! Então, eu não vou entrar nessa jogatina! Agora, que urgência é essa, meu Presidente? Há um ano e meio pediram urgência de um processo para gastar um milhão e meio de verba do SUS para comprar um prédio na Padre Cacique que continua vazio. Dinheiro da saúde! Que governo é esse que vem falar em saúde quando há pessoas morrendo nas filas dos postos de saúde da Cidade, nas vilas populares?

É evidente que ninguém aqui vai votar contra a contratação de enfermeiros, mas o que está em jogo não é isso, não. O que está em jogo é a criação de cargos de CCs em outros departamentos e isso deveria ser analisado no seu conjunto. Eu vou votar criticamente a este Projeto e vou retirar o meu Requerimento, porque, com o meu Requerimento, eu desejava analisar isto aqui, Vereador, queria analisar o todo. Nós não queremos analisar a árvore; nós queremos analisar a floresta. Para isso temos que ter uma Comissão que analise com profundidade, não com um “pedidozinho” de urgência, com um “acordinho” de cavalheiros. Eu não gosto desses “acordinhos” de cavalheiros! Sr. Presidente, nós precisamos saber se, afinal de contas, o Hospital Presidente Vargas vem para o Município. Os servidores federais vêm? Quantos vieram? Qual vai ser o ente jurídico do Hospital Presidente Vargas? Fundação, autarquia, administração direta? E os outros cargos que estão por serem criados? Por que essa pressa? Eu sei: é para “comer o mingau pela beirada”. Hoje eu aprovo o do Presidente Vargas; na segunda-feira, eu aprovo o do DMAE; aí eu vou lá na oposição e pego mais um para pedir urgência. Por favor, não me peçam para pedir urgência, Vereador Líder do Governo. Por favor, não me constranja! Por favor, não me peça para pedir urgência! Esse é um papel do Governo, ele é que tem que assumir a sua incompetência, e não a oposição; o Governo é que tem que assumir o seu fracasso. Por isso, Sr. Presidente, vou pedir a retirada do meu Requerimento.

Nós vamos votar criticamente, chamando a atenção de que essa matéria não está sendo analisada com a profundidade com que deveria, porque temos que analisar os mil e trezentos cargos que o Governo quer criar. E esta Casa tem obrigação de responder à sociedade se é justa ou não a criação de todos esses cargos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Informo à Casa que hoje nós estamos comemorando o Dia do Taquígrafo. Eu quero, em nome de todos os Vereadores e Vereadoras cumprimentar todas as taquígrafas desta Casa, que, ao longo do tempo, têm dado uma contribuição fantástica para que os trabalhos deste Poder aconteçam de uma forma bastante célere, de uma forma operacional que certamente satisfaz a todos nós. Então, a todas as taquígrafas e ao taquígrafo, os nossos cumprimentos, desejando, não somente neste dia, mas ao longo de seu trabalho, um belo trabalho!

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/01.  Desiste. O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/01.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati; Ver. Paulo Brum; Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores; Sr. Secretário da Saúde, meu colega Joaquim Kliemann, eu gostaria de agradecer ao Ver. Sebastião Melo, que, preocupado com os encaminhamentos políticos dos novos processos administrativos que tratam de criação de cargos, ao deparar-se com os cargos da saúde, tinha-se preocupado, mas, atento à necessidade da Secretaria Municipal da Saúde, atento à necessidade dos funcionários e atento à população, que, em última análise, é quem se quer contemplar, cedeu e vai dar seu voto para a aprovação deste Projeto, que cria cargos.

Quantas vezes nós já discutimos este assunto aqui, e o Ver. João Antonio Dib falou tantas vezes que havia cartas-contrato e que estas cartas atrapalhavam a administração! Então, Ver. Sebastião Melo, por este Projeto, não só se dará urgência para essa contratação porque o povo precisa disso, mas também serão deixadas de lado as cartas-contrato.

São criados cargos de extrema necessidade, neste momento, para o Hospital Presidente Vargas, e os senhores sabem que - durante um ano e meio falamos sobre isso - estamos tratando de um hospital materno-infantil, que teve como linha principal ditar a neonatologia no Rio Grande do Sul, além do atendimento a gestantes doentes.

Depois, diminuiu o atendimento, atrapalhou-se, porque não sabia qual a sua característica, porque pertencia a vários senhores. Agora, está sendo guiado pela Secretaria Municipal de Saúde, sendo destinado, para o seu futuro, um projeto igual ao projeto do Hospital Pronto Socorro: será uma unidade da administração direta da Prefeitura. Essa é a idéia. Mas, se for fundação é bom? Vamos ver, vamos discutir, também acho Ver. Sebastião Melo, mas este Projeto nada tem a ver com os outros quatrocentos e sessenta e dois cargos que criaremos aqui.

Isto é uma emergência para que o Hospital possa funcionar, para que o Hospital possa atender os seus doentes, as suas crianças. Para isso, nós estamos votando na contratação de trinta técnicos de enfermagem e treze enfermeiras. É justo que se vote nisso. Então eu agradeço a V. Ex.ª por sua sensibilidade, V. Ex.ª que sabe que o povo está precisando desse cuidado, e sensivelmente vai votar junto conosco. Precisamos da criação desses cargos, para que o Hospital Presidente Vargas, neste momento, possa atender ao que determina a Secretaria Municipal de Saúde, que, neste caso, está indo muito bem.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, muito oportuna a sua explicação. O importante é nós respondermos para o Ver. Sebastião Melo que o HPV será mais uma unidade de saúde, a exemplo do HPS; que os trabalhadores da FUGAST também renovarão os seus contratos, no mínimo por mais dois anos, e que, com o outro Projeto que virá logo ali, sexta-feira ou semana que vem, nós estaremos resolvendo de uma vez por todas a situação do HPV. Portanto, este é apenas o início do nosso trabalho. O Ver. João Antonio Dib vinha criticando as cartas-contrato; pois a criação desses cargos vem a resolver, e acaba com as cartas-contrato no HPV.

 

O SR. DR. GOULART: Muito obrigado pela sua explicação Ver. Aldacir Oliboni, e é certo que estudamos, que pensamos, que discutimos na Comissão de Saúde e achamos que votar nos cargos propostos é bom. Muito obrigado, Srs. Vereadores.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente José Fortunati, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, o Ver. Sebastião Melo citou um dado, aqui nessa tribuna, que, realmente, é preocupante. Eu me lembro que o meu amigo Ver. Dr. Goulart fez uma defesa muito grande da necessidade que tinha o Município de comprar aquele prédio para a Secretaria da Saúde, por 1 milhão e 407 mil reais. O Ver. Sebastião Melo está dizendo que está vazio o prédio. Do Dr. Kliemann, que está aqui e que é um homem preocupado com a saúde, a gente gostaria de ouvir uma explicação de como, naquela época, se estava precisando urgentemente comprar – Ver. Dr. Goulart, estou cobrando de V. Ex.ª, gosto de V. Ex.ª, mas lembro que V. Ex.ª, há algum tempo, defendia a compra daquele prédio – um prédio que ia custar 1 milhão e 407 mil reais. Comprar o prédio e deixar vazio! Mas então, que urgência era essa? Eu tenho certeza absoluta de que, na maior boa vontade para que a saúde deste Município pudesse funcionar bem, V. Ex.ª, Ver. Dr. Goulart, fez aquela defesa. Mas eu pergunto se V. Ex.ª não está preocupado agora, ao defender a criação desses cargos, em vista de que a sua preocupação anterior talvez não tenha sido correspondida. Pergunto se não existe a preocupação de V. Ex.ª de que essa criação de cargos também não dê em nada em matéria de melhorar a qualidade de atendimento lá no HPV.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, o maior batalhador pela compra desse edifício fui eu, não foi o Ver. Dr. Goulart. Eu era Presidente da Comissão de Saúde e já estive lá por duas vezes vistoriando esse edifício que vai abrigar – não está abrigando ainda, mas vai abrigar...

 

O SR. LUIZ BRAZ: Faz quanto tempo, Ver. Pedro Américo Leal?

 

O Sr. Pedro Américo Leal: Faz uns oito meses.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Um milhão e meio, e está vazio?

 

O Sr. Pedro Américo Leal: Mas isso não quer dizer nada, porque está sendo readaptado. Eu até pedi vista sobre esse edifício, porque já pediram vista sobre tudo aqui. Ou V. Ex.as dão autoridade e seriedade a uma Comissão quando ela analisa um trabalho ou, então, a desconfiança paira sobre esta Câmara.

 

O SR. LUIZ BRAZ: O meu tempo está-se esgotando e eu não estou conseguindo falar sobre o assunto.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu quero reforçar os argumentos do nobre colega Pedro Américo Leal: o prédio sobre o qual foi autorizada a compra para a Vigilância Sanitária – nós vamos, oportunamente, colocar de novo nesta tribuna -, está sendo adaptado, reformado, adequado e reaparelhado para lá instalar a Vigilância Sanitária do Município. Eu quero que fique registrado no pronunciamento de V. Ex.ª, com este aparte, é que ele é considerado modelo no Estado e no Brasil, vêm de fora pessoas para acompanhar e aprender sobre a Vigilância Sanitária. Portanto, o prédio foi bem adquirido e autorizado pela Casa e está sendo adequado para as funções que ele vai abrigar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sinceramente, Ver. Estilac Xavier, eu não sou um especialista nesse campo da saúde, então eu ouço muito aqui o que fala o Ver. Dr. Goulart – que é desse campo. Vejo outros Vereadores que sabem mais do que eu, o Ver. Pedro Américo Leal, que tem uma vivência maior nesse campo. Agora, sinceramente, fico-me questionando se nós não estaríamos melhor se esse dinheiro tivesse sido empregado, por exemplo, para comprar os remédios que estão faltando nos postos de saúde, porque a população de Porto Alegre está hoje alarmada com a falta de medicamentos nos postos de saúde. E eu pergunto se esse dinheiro que nós gastamos comprando um prédio, que está parado, que não está ocupado e que ninguém está fazendo nada nele, se nós não estaríamos melhor se tivéssemos comprado esses medicamentos.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Informo a V. Ex.ª que o Ver. Paulinho Rubem Berta se inscreveu e cede o seu tempo a V. Ex.ª.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu agradeço ao Ver. Paulinho Rubem Berta. Ver. Paulinho Rubem Berta, seja bem-vindo a esta Casa, V. Ex.ª que tem um trabalho comunitário maravilhoso. Um grande abraço a V. Ex.ª.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, apenas quero frisar uma questão. Eu tenho dito várias vezes aqui desta tribuna que o que justifica a caminhada política não são os discursos. Este é um Governo que tem discurso para os pequenos, o da inclusão social, mas ele governa para os poderosos. Agora, o dinheiro do SUS - SUS esse que foi suado pela população brasileira, na luta das assembléias regionais - nunca foi para comprar prédio e, sim, para o combate das doenças epidemiológicas. Então, essa é a grande contradição, essa é a grande contradição desse Governo que diz que é a favor da inclusão social, mas o que ele gosta mesmo é de banqueiro.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu espero poder falar.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Ex.ª Permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, um minuto só, para V. Ex.ª sempre ter confiança neste seu colega. O recurso era específico para isso, não poderia comprar remédio para a Vigilância. E o dinheiro, se não fosse usado, iria embora; ele era recurso específico.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Dr. Goulart, aí V. Ex.ª está entrando num campo que eu conheço, V. Ex.ª está entrando no campo do Direito. V. Ex.ª me dizer das necessidades é uma coisa, eu acredito em V. Ex.ª. Agora, dizer que não pode, aí é outra coisa. Podíamos ter usado o dinheiro de forma diferente. Se V. Ex.ª me diz que era uma necessidade, tudo bem. Agora, era uma necessidade há oito meses e agora, passados oito meses, o prédio está vazio. Então, essa necessidade eu não posso entender.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte?

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vinte segundos para V. Ex.ª, porque V. Ex.ª já utilizou boa parte do meu tempo.

 

O Sr. Estilac Xavier: Só para dizer que o que pode faltar é num posto algum tipo de remédio, mas precisamos criar um sistema para que se transfira o remédio de um para outro posto, porque os remédios são regularmente comprados em Porto Alegre.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Há uma pessoa que eu admiro muito na Administração, que é o Dr. Joaquim Kliemann, que está aqui presente, que me deu o prazer de estar em um programa nosso, há duas ou três semanas, e estávamos discutindo esse problema da falta de medicamentos nos postos. E o Dr. Joaquim Kliemann disse no programa - e até me corrija, Dr. Joaquim, se eu estiver equivocado -, que em 2000 o gasto com compra de medicamentos no Município de Porto Alegre esteve em torno de 9 milhões de reais. Eu disse, naquela oportunidade ao Dr. Joaquim Kliemann, e vou repetir: no ano de 1999, portanto, um ano antes, se gastou 13 milhões com propaganda, e aí não tem remédio nos postos de saúde?

Da mesma forma como ouvi a pregação do meu amigo Ver. Pedro Américo Leal, naquela época, e do meu amigo Ver. Dr. Goulart, que defendiam o Governo Municipal na sua necessidade de comprar aquele prédio que valia 1,5 milhões de reais, que é um monte de dinheiro, eu vou continuar ouvindo V. Ex.as que pertencem à Comissão de Saúde desta Casa, e que dizem que precisamos ter essas quarenta e três pessoas a mais, ocupando cargos no HPV. Só espero que o atendimento à saúde do povo de Porto Alegre melhore.

Não quero culpar o Dr. Joaquim, não quero culpar o Dr. Joaquim; quero culpar essa administração, apenas. O Hospital de Pronto Socorro, por exemplo, piorou o seu serviço nos últimos tempos. Quem vai até lá e precisa do HPS sabe que piorou, o tratamento com os funcionários piorou.

Então, eu quero aprovar esses quarenta e três cargos ou os que forem necessários, já que estão dentro do orçamento municipal, mas para melhorar o serviço, para que nós possamos, realmente, oferecer à população melhores serviços. O que nós não podemos pensar em relação à saúde é que a saúde seja utilizada eleitoralmente para conseguir votos. Todo o dinheiro que é empregado na saúde tem de ser muito bem empregado para poder atender a todos os segmentos da população, e bem. Temos de ter medicamentos para todos, temos de ter atendimento de saúde para todo mundo. Tem de parar com esse negócio de vender lugares nas filas dos postos de saúde para se conseguir consultas. Eu sei que não é um problema da Administração, mas a Administração tem de corrigir isso, tem de ter uma fiscalização muito forte para evitar que a população que precisa continue sendo lesada.

Então, não tenho dúvida em aprovar esses quarenta e três cargos que aqui estão, porque, afinal de contas, é uma recomendação dos próprios companheiros aqui da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, mas também nós temos obrigação de fazer uma cobrança à Administração do Município para que o serviço de saúde prestado a nossa população possa melhorar a partir disso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para discutir o PLE n.º 038/01.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, momentos antes da Sessão, o Ver. Fernando Záchia registrava aqui a sua inconformidade, eu diria mesmo a sua indignação perante o comportamento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o desrespeito para com o Poder Legislativo na resposta dada a um Pedido de Informações em torno da EPTC. A desculpa de que se cometeria devassa na EPTC é, no mínimo, ingênua e de má-fé, considerando-se que se o Ver. Fernando Záchia assim quisesse fazê-lo, ele teria buscado um outro meio, que seria pura e simplesmente uma CPI. E, certamente, teria direito de fazê-lo e teria o voto, pelo menos, deste Vereador.

Mas eu refiro este episódio, Srs. Presidente, Srs. Vereadores, para me remeter a um outro, que é exatamente este processo que temos em mãos. O que justifica a contratação e o concurso público de novos funcionários no Hospital Presidente Vargas, nenhum de nós, Vereadores, nem o Ver. Humberto Goulart, que é o relator do processo, tem a mínima idéia, porque não existe um único documento aqui dentro que apresente qualquer estudo, qualquer reflexão, qualquer documento sério, respeitoso, do Secretário, que se apressa em vir a este Plenário, mas que não é capaz de respeitar os Vereadores que aqui estão. Eu me refiro ao Secretário da Saúde, que agora me ouve. Porque se houvesse respeito a estes Vereadores, S. Ex.ª teria incluído aqui o que nós chamamos de “processo azul”, que é aquele processo interno da Prefeitura que, exatamente, desde o primeiro dia em que, eventualmente, o Diretor do Hospital sentiu necessidade e oficiou ao Secretário da Saúde pedindo a contratação via concurso, e tudo o que depois foi juntado ao longo de meses ou de anos, até a licença final para que o processo viesse a esta Casa. Esse processo, Ver. Dr. Goulart, estaria juntado a este.

Mas o que se manda são duas pífias e desrespeitosas folhas. E se espera que esta Casa, ou pressionada por funcionários interessados ou pressionada pelo populista e fácil discurso de que se nós não aprovarmos estamos contra o interesse da saúde pública, venhamos a aprovar um Projeto, na marra, e em branco.

O Ver. Aldacir Oliboni, numa intervenção, acho, num aparte ao Ver. Dr. Goulart, disse - e eu vou pedir, depois, formalmente ao Presidente da Casa, porque esse tipo de pedido não se faz na tribuna, mas se faz no Plenário - que junte a manifestação do Ver. Aldacir Oliboni aos autos deste processo, pelo menos, pelo menos isso. O Ver. Aldacir Oliboni disse que com essas contratações se eliminariam as cartas-contrato. Vai valer a palavra do Ver. Aldacir Oliboni? Eu espero que ele não seja mais um ingênuo, mesmo que em relação ao seu Governo e ao seu Secretário. Porque no texto do Projeto, nem na exposição de motivos - mas o que eu voto é o texto do Projeto, Ver. Dr. Goulart, Ver. Aldacir Oliboni - ele não diz nada disso. Nada, absolutamente, nada! Ou seja, a Prefeitura pode fazer o concurso, pode contratar essas pessoas e pode continuar tranqüilamente com as cartas-contrato, sem resolver nada; aliás, sem respeitar uma vez mais aqueles que acabam sendo humilhados e tendo que agüentar as cartas-contrato para poderem continuar trabalhando, que, em última análise, sei que foi a preocupação do Ver. Dr. Goulart, uma das, porque a outra, obviamente, é saúde pública.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao que estamos assistindo aqui, uma vez mais, é um blefe e um desrespeito a esta Casa. Um blefe à população e aos funcionários e um desrespeito a esta Casa, porque mandam duas folhinhas, que eu não vou adjetivar para não ficar chato, e querem que se aprove em branco.

Eu gostaria de ouvir os Srs. Vereadores do PT assumirem, publicamente, aqui, sobretudo a liderança do PT, o que o Ver. Aldacir Oliboni disse antes, de que com esse concurso se encerram as cartas-contrato do Hospital Presidente Vargas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Encerrada a discussão. Em votação o PLE n.º 038/01. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o PLE n.º 038/01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho todas as restrições do mundo ao Sr. Tarso Fernando Genro por ter utilizado a Prefeitura Municipal de Porto Alegre por quinze meses para tratar da sua pré-candidatura ao Governo do Estado, esquecendo-se dos problemas que deviam ser enfrentados, como é o caso da saúde. Sabíamos do anterior Prefeito – e ele também sabia – está na Justiça respondendo pelas contratações indevidas, incorretas; está respondendo por crime continuado. Tenho muitas restrições com a poderosa contratadora do Município de Porto Alegre que é a Secretaria Municipal de Saúde.

Hoje mesmo, 6 de maio, o Diário Oficial traz aditamento em contratos, prorrogando as contratações ilegais, porque se contrata na forma da Lei n.º 8.666 ou da Lei n.º 7.770, que é Municipal, quando há emergência ou calamidade pública – e até hoje não vi publicado nenhum decreto de emergência ou calamidade pública. Os Municípios do interior, que são pequenos, têm de fazer projeto de decreto, que é examinado pelo Estado e então aceito, aí podem-se considerar em emergência ou calamidade pública. Mas a poderosa Prefeitura de Porto Alegre não precisa, está acima da lei, está tão acima da lei que nas cartas-contrato o médico concursado tinha o terceiro lugar para otorrino, e precisavam de otorrino. Não podiam chamar o segundo colocado, porque estava no Canadá, e se chamassem o segundo colocado, ele perderia a sua oportunidade. Então, chama-se para carta-contrato, para outra carta-contrato e a coisa assim vai funcionando. E esse Prefeito, que deveria ser Prefeito, entrou na Prefeitura, usou o dinheiro da Prefeitura para viajar inclusive, e esqueceu que tinha que tratar o problema da saúde. Nós não tínhamos que estar votando isso hoje; tínhamos que ter votado no ano passado. E se ele tivesse permanecido na Prefeitura, nós teríamos votado. Não aconteceria o que coloca aqui o Ver. Antonio Hohlfeldt, que não veio o processo para justificar isso daqui, obrigando-nos a ter razão de pedir urgência. E eu não tenho nenhuma restrição quando a oposição pede urgência, porque a oposição está mostrando que ela tem responsabilidade, coisa que o Prefeito, que foi eleito, utilizou a Prefeitura para os seus desígnios, não usou para atender um serviço que a Prefeitura necessitava. Tenho todas as restrições do mundo com a Prefeitura que, sobrando dinheiro para aplicar no sistema financeiro, não tem remédios para aqueles que precisam. E remédios, como foi dito aqui pelo Sindicato Médico, muito baratos, mas que são de uso continuado e que não podem deixar os hipertensos sem eles, os psicóticos sem eles. Mas a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde, diz que é normal faltar os remédios. E as cartas-contrato continuam, mas vejo agora o Sindicato Médico explicando que, no Posto Comerciário, entrou um médico em férias e não foi substituído. A oposição tem responsabilidade aqui. Por isso estamos assumindo aquilo que deveria ser da Prefeitura e não é feito.

Nós aprovamos aqui, na Administração passada, oitocentos e quatorze cargos para a Saúde, e continuaram fazendo carta-contrato, mas encheram os jornais: “A Administração pensa na saúde do povo.” Era mentira; pensava mesmo era nas cartas-contrato. Eu também tenho todas as restrições do mundo quando temos um parecer, que foi aprovado unanimemente, e que, de repente, coloca os Vereadores como se tivessem atendendo os anseios da administração que não funcionou. Não. A oposição está fazendo o papel que deveria competir ao Executivo, que não fez. Nós vamos fazer por ele, porque estamos aqui para resolver problemas da Cidade, e não para criar algum problema para a Cidade. Vamos continuar assim. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o PLE n.º 038/01.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, faremos um encaminhamento breve, mas para marcar a posição favorável da Bancada do PC do B a esse Projeto de origem do Executivo pelo seu mérito. Quando nós vemos outros governos no País ou ex-governantes do Estado demitindo servidores públicos em todas as áreas, na Segurança, na Saúde - o famigerado PDV -, nós vemos em nível federal o atual candidato José Serra, que, aliás, está nas manchetes do dia de hoje e da revista Veja, procurando dar explicações ao inexplicável mas que demitiu seis mil servidores especializados no saneamento básico e no combate à dengue; demitidos em 1999, seis mil servidores da Fundação Nacional de Saúde. Não por acaso, hoje, vivemos a dengue, a grande epidemia da dengue. Quando vemos, por exemplo, as verbas de combate à dengue que eram de 329 milhões, em 1999, serem reduzidas a 38 milhões, em 2001; e alguns acham que é o acaso que gerou a dengue.

Mas nós vemos, com satisfação, que o nosso Governo Municipal procura ampliar o quadro de servidores da área da saúde, neste caso contratando trinta e três técnicos de enfermagem; dez enfermeiros, para o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas que passou, no segundo semestre do ano passado, para uma gestão municipal. Nós podemos aplaudir, porque esse dinheiro não é gasto em vão, é dinheiro gasto com a saúde da população que enfrenta mil dificuldades; sabemos que é um povo doente, fruto desse nosso sistema; fruto da exclusão social; fruto da falta de condições de vida, da falta de salários. Assim, nós achamos positivo que se enfrente o problema, através da criação desses cargos que serão feitos através da nomeação de servidores concursados.

A Bancada do PC do B parabeniza o Governo Municipal e votará favoravelmente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar o PLE n.º 038/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente Ver. Paulo Brum, colegas Vereadoras e colegas Vereadores, pois eu volto ao tema com muito gosto. Primeiro, dizer ao meu querido Ver. Dr. Goulart que, talvez, na pressa de acertar - e talvez ele esteja muito mal assessorado pela bancada continuísta -, disse que o dinheiro era específico. Fui lá buscar o processo, porque eu gosto como se diz no ditado popular mostrar. Esse dinheiro, Ver. Luiz Braz, vem do Fundo Nacional do Ministério da Saúde, para os Fundos Municipais, para vinte e cinco Municípios do Rio Grande do Sul que encamparam a questão das doenças epidemiológicas, ou seja, esse dinheiro é para custeio. Imaginem os Senhores se cada Prefeitura do Brasil, em torno de seis mil Prefeituras, resolvessem comprar um prédio com dinheiro do SUS. Quem é que vai me dar a garantia que daqui a seis meses..., porque eles vão levar um ano e meio para poder decorar, parece que o tapete está sendo comprado agora, falta o remédio, mas o tapete está sendo comprado, falta o remédio, mas a pintura do prédio está sendo reformulada, agora, daqui a um ano, Ver. Luiz Braz, resolve que não vai ser mais para uso da Secretaria e que vai ser uso da EPTC que, aliás, queria comprar esse prédio também, mas o dinheiro é do SUS que comprou. Vejam a contradição. Presidente, essa é uma contradição, foi pedida emergência, o meu querido Ver. Dr. Goulart pediu emergência. Imaginem se não tivesse pedido emergência, talvez daqui a quatro anos resolveria o problema desse prédio, com emergência, há nove meses e ainda não equiparam o prédio, seria quatro anos, quem sabe, Vereador.

Eu sou novo aqui na Casa, eu não conheço muito bem o regramento, há onze Vereadores do Governo, mas estavam impedidos de pedir emergência, eles pediram o Projeto deles? Eu não entendi, eu queria entender isso. Eu quero voltar à questão. Existe uma coisa chamada Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Orçamento. Quando um projeto vem para criar cargo, Presidente, esse projeto tem de vir embasado, porque, no ano passado, esta Casa queria, ex-Presidente Fernando Záchia, com muita justeza, criar um cargo de office-boy para os gabinetes dos Vereadores, e não foi possível, sabe por que, Presidente, porque não estava na LDO, mas o Governo pode criar tantos quantos cargos ele quiser, porque o Governo imperial faz isso, e a Casa do povo permite e aplaude.

É claro que a questão da saúde tem de ser tratada com mais amplitude.

Falou muito bem o Ver. Antonio Hohlfeldt, e vamos requerer de pronto que seja acostada aos autos do processo a declaração do Ver. Aldacir Oliboni, que é Vice-Líder da Bancada, para que amanhã ou depois, quando for publicada no Diário Oficial, nós possamos pelo menos colar no Diário Oficial a declaração do Ver. Aldacir Oliboni das cartas-contrato, mas como eu sei que ele é um Vereador sério, eu sei que ele vai conversar com o Prefeito João Verle, que é de outra estirpe, é vinho de outra pipa, e que o Prefeito João Verle não vai fazer aquilo que o ex-Prefeito fez, usou a máquina pública com fins eleitorais. Com fins eleitorais, o Prefeito renunciante, que aliás, ele está num lugar onde ele sempre gostou, lá na Europa, agora. Férias. Mas quando ele estava no Governo, ele ia também, viu Ver. Isaac Ainhorn. Ele gosta daqueles salões do Velho Mundo, os bons vinhos, aliás, nisso ele e o Fernando Henrique são muito parecidos. Eles gostam de boas viagens. Pois bem, pois o Prefeito renunciante mandou mais este Projeto, e eu quero finalizar dizendo o seguinte: esta Casa não poderia votar estes Projetos isoladamente. Eu quero voltar a alertar isto: a Prefeitura de Porto Alegre está fazendo uma reforma administrativa mostrando a sua incompetência com a questão de pessoal, da sua relação horrível que tem com o servidor, de uma relação que quer, por meio de uma Lei da Previdência, cortar cento e quatro artigos do Estatuto dos Funcionários Públicos, e esta Casa tem que ser o contraponto, esta Casa tem que ser o estuário do debate. Esta história tem outro lado, esta história não tem só um lado. Mas eu volto a dizer, se não fosse a urgência do pedido do prédio, do sagrado dinheiro do SUS, daqui a quatro anos, estariam inaugurando a Padre Cacique, que, com urgência, ainda não inaugurou ainda estão nas reformas. Ou seja, ao povo falta remédios, falta médicos, mas dinheiro para comprar prédios o Governo da Frente Popular tem, o Governo dos pequenos, o Governo da inclusão social, o Governo da transparência no discurso, porque, na verdade, na prática, eles estão aliançados com os grandes, especialmente com os banqueiros, daqueles os quais eles não cobram os impostos aqui na Cidade, porque estão de mãos dadas no dia-a-dia da luta da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar o PLL n.º 038/01.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não havia me inscrito, Sr. Presidente, porque eu esperei que o PT atendesse o meu repto, porque referiria aqui a existência de cartas-contrato, ou como o Ver. Aldacir Oliboni me explicava depois, agora não são mais cartas-contrato são cartas emergenciais, mas seja lá como for, são sempre contratações fora do quadro da folha de serviços, e a minha preocupação com carta-contrato, carta emergencial, carta de empréstimo, qualquer carta que for, Ver. Aldacir Oliboni, é exatamente garantir que esses concursos acabem com esse tipo de contrato. E não ouvi aqui, da Liderança do PT, nada em contrário. Não ouvi nenhum compromisso da Liderança do PT de que efetivamente haverá conclusão desse tipo de procedimento. O Ver. Aldacir Oliboni me dizia, com sua gentileza, que não existe mais carta contrato; e eu dizia, brincando com ele: “Desde que o Prefeito Raul Pont foi condenado, aí pararam de fazer as cartas-contrato.” Mas carta-contrato ou carta emergencial, a essência é a mesma. E esse processo não me garante nada disso, nem este, e pelo jeito nem o outro que o Ver. Dr. Goulart também está encarregado de relatar, e já se preocupava com o assunto, em relação a seiscentas e poucas funções a mais na área da saúde.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero deixar bem claro, já em outros momentos, em mandatos anteriores, em anos anteriores, às vezes até fui atendido, por exemplo, pelo Ver. Guilherme Barbosa, quando liderou o Partido, acho que pelo próprio Ver. Estilac Xavier, em momentos anteriores, de cobrar o chamado processo interno, processo administrativo, que é aquilo que, efetivamente, ilustra, exemplifica e nos faz compreender a lógica desse tipo de pedido. Infelizmente, nós não temos isso aqui, e eu me preocupo com isso. Preocupo-me inclusive, porque eu não sei que tipo de relação nós estamos construindo, e o Ver. Luiz Braz observou bem isso, e o Ver. João Dib da mesma forma, que tipo de relação estamos construindo entre esse projeto que vem sozinho, isolado, talvez como uma espécie de boi de piranha, para ver como é que a Casa se comporta, porque se “mata” esse, a gente não corre risco com um maior, ou vem, de fato, como um projeto sério, porque esse não antecipa o outro, não se relaciona com o outro, e nós vamos aprovando coisas aos pedaços, como referiu aqui o Ver. Sebastião Melo, e isso realmente preocupa. Por quê? Porque nós ficamos sem ter uma idéia do conjunto das coisas que estão sendo propostas. Nesse sentido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, conversava com o Ver. Paulo Brum, e ele me dizia que tinha a tendência de votar favorável ao Projeto. Eu confesso aos Senhores que, mesmo com todo o respeito que o Ver. Dr. Goulart me merece, tenho dificuldade de votar favorável a um projeto desse tipo. Em vinte anos de Casa, muito raras vezes, eu votei projetos sem saber exatamente o que eu votava. E eu quero deixar bem claro: eu, neste momento, não sei o que estou votando. Me merece apenas respeito o Parecer feito pelo Ver. Dr. Goulart. O texto assinado pelo Sr. Prefeito Municipal em que pese, também, um crédito de confiança que o ex-João Verle merece poderia ser, talvez, um aval. Mas quando eu olho aqui a assinatura do Prefeito Tarso Genro, aquele mesmo que disse que não iria renunciar e depois renunciou, eu fico com muita dificuldade de acreditar no que está sendo aqui escrito.

Nesse sentido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero dizer que a Bancada do PSDB vai ter liberdade de tomar a sua posição. Cada Vereador vai votar como entender da sua consciência. Nós não vamos ter posição fechada em relação a este Projeto. E, sobretudo, espero, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que manifestações de diferentes Vereadores na Casa, hoje, ajudem o boi de piranha. O Sr. Secretário, que nos dá a honra de estar aqui hoje em Plenário, coisa que, normalmente, ele só faz quando tem que votar um projeto e quer vê-lo aprovado, que ele se dê conta de que o próximo Projeto não vai ser tão fácil a aprovação e que ele tenha isso como um aviso. Assim como alguns Vereadores, hoje, apenas alertaram, talvez, no próximo projeto, se tenha uma posição bem mais forte, bem mais objetiva e o projeto possa ser rejeitado, se não vier devidamente esclarecido como é de respeito a esta Casa e a esta instituição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o Projeto de Lei do Executivo n.º 038/01.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente Ver. Reginaldo Pujol, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, público do Canal 16. É importante discutir esta matéria, comecemos pelo o que ela pretende. Pretende criar trinta e três cargos de técnicos em enfermagem e dez cargos de enfermeiros que vão integrar o quê? Vão integrar o Plano de Carreira dos Funcionários Públicos da Administração Centralizada do Município. Esses quarenta e três profissionais da área da saúde estarão desonerando a administração das administrações temporárias dos servidores que trabalham nessa área. É disso que falou o Ver. Aldacir Oliboni. É evidente que, ao serem supridos esses quarenta e três, aqui, nunca mais, enquanto for esse o número necessário, será temporariamente contratado, porque é funcionário. Então, o Ver. Antonio Hohlfeldt que estava tão preocupado com a afirmação do meu colega também trabalhador da área da saúde, Ver. Aldacir Oliboni, pode ficar caracterizado isto. Aqui está-se eliminando em quarenta e três cargos o contrato temporário. Quanto a isso, não há o menor problema! Isso vai eliminar da Administração Pública as contratações temporárias ou emergenciais? Não, não vai! Mas, aqui, vai. É disso que tratou o Ver. Aldacir Oliboni. Estamos preparando com esta criação de trinta e três cargos, Ver Dr. Goulart, o HPV, o Materno Infantil, modelo, que V. Ex.ª bem sabe da importância dele para a cidade de Porto Alegre, já que foi municipalizado. Tentou-se, aqui, trazer para o debate, Ver. Sebastião Melo, a questão do prédio da Vigilância Sanitária - matéria que ele foi contra, é bom que se registre isso. Ele não é responsável pela qualidade da Vigilância decorrente, na área da saúde, em função da aquisição daquele prédio, ele foi contra, ele é coerente. Aquele prédio foi adquirido por verba vinculada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que passou para ações de vigilância do Município, porque o Município de Porto Alegre integra aqueles Municípios que municipalizaram a Vigilância, que aliás, é tida como modelo, Vereador. V. Ex.ª com o seu voto, não contribuiu para esse aperfeiçoamento do prédio que está sendo reformado e aparelhado para essa finalidade, não contribuiu! Mas a Câmara, a partir do denodo e a afirmação do Ver. Pedro Américo Leal, e do Ver. Dr. Goulart e da maioria dos partidos, aqui, disse: “temos que comprar. É recurso para o bem de Porto Alegre, a Vigilância é a melhor, está comprovado e comprou.” Bem disse o Ver. Pedro Américo Leal: “Está adequando-se, reformulando-se, aparelhando-se para bem servir.” Por isso a urgência foi boa, porque esse tempo nós ganhamos, com a urgência, para diminuir a entrega do equipamento para a cidade de Porto Alegre. Ver. Sebastião Melo, não dá para trazer a um debate de saúde, de forma transversa e oblíqua, as questões políticas e as suas divergências com o meu Partido, porque eu tenho divergência com o seu Partido também,. V. Ex.ª tem divergência com o meu Prefeito Tarso Genro, meu candidato a Governador. Agora, eu tenho divergência com o seu Partido que vai ser o Vice do Serra, com o Deputado Luiz Henrique, eu não conheço, é do Norte, sabe-se lá! E nem por isso fico fazendo... de Joinville? Ah, é do Sul, me disseram que era do Norte! Está correto, então, de fato, não conhecia. Essa divergência eu não tenho, essa divergência V. Ex.ª tem que expressar com o José Serra, não conosco aqui. Então, não dá para colocar essas questões. Por último, essa discussão que o HPV não é autarquia, não é fundação, o que será? Essa incógnita shakespeariana que ser ou não ser, que o Ver. Sebastião Melo coloca aqui, que ele se defronta permanentemente, o HPV será uma unidade orçamentária tal como é o HPS, vinculado ao Administrador direto, que é a Secretaria Municipal da Saúde do Município, é isso. Então não tem por que fazer esse dilema shakespeariano do Ver. Sebastião Melo, o que será o HPV.

Por último, Ver. Antonio Hohlfeldt, nós estamos criando vários cargos, todos eles passam pela discussão aqui no Plenário, e todos eles são de conhecimento da Câmara de Vereadores. Agora, eles são discutidos e aprovados e tem fé sim a inscrição do Prefeito, a documentação que ele manda. V. Ex.ª, na sua locução, referiu-se, por mais de uma vez, que nós estamos tratando do Hospital Ernesto Dornelles, não! Nós não estamos tratando do Hospital Ernesto Dornelles, nós estamos tratando do Hospital Presidente Vargas, o Materno Infantil. Talvez tenha sido aí a sua confusão, V. Ex.ª leu um documento relativo ao Ernesto Dornelles, mas nós estamos tratando do HPV, que é municipalizado, por isso encaminhamos a favor da votação dos trinta e três cargos de técnicos de enfermagem e os dez de enfermeiros. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o PLE n.º 038/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Reginaldo Pujol, Presidente dos trabalhos, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras, senhores, eu acho que é importante, neste encaminhamento, primeiramente, a conclusão final a respeito daquele processo de compra do prédio por um milhão, quatrocentos e sete. Dr. Joaquim Kliemann e meus amigos, Ver. Pedro Américo Leal, Dr. Goulart, que dizem que aquele dinheiro só poderia ser utilizado para compra do prédio. Olha, eu estou com o processo aqui, não é verdade, quem falou para os senhores, enganou os senhores, e eu não posso deixar que pessoas tão boas, que eu considero tanto, continuem enganadas. Não é verdade que aquele dinheiro era só para a compra do prédio, isso tem que ficar bem esclarecido.

O meu amigo Ver. Estilac Xavier mostrou a sua preocupação também com o período eleitoral, dizendo do receio que tem de um dos candidatos do enfrentamento com o seu candidato. V. Ex.ª deve deixar que os Partidos internamente discutam isso, porque, afinal de contas, esse receio só poderá ser dissipado com as eleições de outubro; V. Ex.ª vai ter que conviver com esse medo até aquele momento.

Com relação a esse Projeto que estamos votando para a criação desses quarenta e três cargos, eu disse aqui - e repito - que fui informado pelos Vereadores da Comissão de Saúde desta Casa, Ver. Dr. Goulart e Ver. Pedro Américo Leal, e mais uma vez eu iria me render à Comissão de Saúde e dar o meu voto favorável à criação desses quarenta e três cargos.

Como existem outros seiscentos cargos para serem criados, é justo, Ver. Dr. Goulart e Ver. Pedro Américo Leal, que esses outros cargos que estão aí para serem criados devam ser informados para este Plenário de uma forma diferente. Quando o Ver. Antonio Hohlfeldt disse da falta de consideração da saúde para com este Plenário, ele dizia exatamente da magreza desse Processo que foi enviado para esta Casa e da falta de elementos que nós temos para fazer análise.

Eu posso, de repente, Ver. Sebastião Melo, valer-me dos conhecimentos médicos do Ver. Dr. Goulart e dos conhecimentos do Ver. Pedro Américo Leal, que era da Comissão de Saúde, e dos outros membros da Comissão de Saúde. Eu posso me valer disso e perguntar para eles se está valendo ou não, porque eles devem ter outras informações que nós não temos.

Espero que, na aprovação dos demais cargos que o Dr. Kliemann - que está aqui - possa nos ajudar a que possamos receber os dados que são necessários dentro do Processo para que possamos fazer uma análise, todos nós individualmente, Vereadoras e Vereadores, para que possamos fazer uma discussão melhor com a Comissão de Saúde da Casa, a fim de que possamos chegar à seguinte conclusão: “Olha, esses cargos realmente têm que ser aprovados, porque com eles aprovados, nós vamos melhorar a condição de saúde da nossa população, colocando fim às cartas-contrato, ou vamos diminuir o número dessas cartas-contrato, ou vamos ter explicações diferenciadas dentro de um Processo, que, acredito, precisamos conhecer para que possamos votar com segurança.

É isso que queremos: votar com segurança. Com relação a esse Projeto que cria quarenta e três cargos, de acordo com o que já tinha informado no meu pronunciamento inicial, digo que vamos votar favoravelmente, com certeza, mas pedindo consideração por parte da Secretaria Municipal da Saúde, no sentido de nos enviar os dados restantes que faltaram para informar o Processo que cria os outros cargos que a Saúde diz serem necessários para poder melhorar as condições de atendimento. Era isso Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar o PLE n.º 038/01.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Bancada do PDT nesta Casa informa de maneira clara e insofismável que votará a favor do presente Projeto, Bancada essa que tem, entre os seus integrantes, Vereadores com a marca da oposição, mas que tem a sensibilidade e espírito público de compreender a importância de um Projeto como esse. Não vamos fazer - e não estamos dizendo que os outros estejam fazendo - a baixa política e assumimos a nossa responsabilidade, até porque vamos cobrar e estamos cobrando, durante este ano, ações da Secretaria Municipal da Saúde. E é bom que esteja aqui o Sr. Secretário, aguardando o deslinde da votação deste Projeto.

Agora nós estamos frente a um projeto que cria cargos na área da saúde. Não são mordomias, não são benesses, não são sinecuras, mas são cargos daqueles que estão lá, na ponta do interesse público e social, no momento mais decisivo que é o atendimento à saúde do cidadão. Neste momento, ou nós votamos favoravelmente à criação desses cargos – nobre Ver. Reginaldo Pujol, dez enfermeiros alto padrão e trinta e três técnicos de enfermagem - de profissionais já aprovados em concurso público, que terá um termo e um final, ao final deste semestre. Então, estamos criando, sim, as condições para que essas pessoas aprovadas nesse concurso sejam aproveitadas, até porque são aptos, fizeram o concurso, assumiram as responsabilidades inerentes a uma aprovação, estão aqui presentes neste momento, buscando a validação daquilo que foi consagrado. Eu aqui refiro e invoco a manifestação do meu Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, meu companheiro de Partido, Ver. Dr. Goulart, que foi o autor do Parecer aprovado nesta Casa, favorável a este Projeto. Diz ele, dentre outras coisas, no seu Relatório. (Lê.) “O Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, ao longo de sua história, mas de maneira não tão regular, tem sido considerado um guardião da saúde de mães e fetos ou recém-nascidos em situação de risco. Em certos momentos, chegou a ditar, de forma clássica, o exemplo dos protocolos de bom atendimento à maternidade e à neonatologia. Recentemente, após alguns entraves de ordem administrativa que afetaram o trabalho daquela casa de saúde, mas já superado, o nosocômio logrou conquistar o cobiçado título de Hospital Amigo da Criança.” E mais, diz na parte final: “Como é conhecido, o nosso Hospital busca novamente alcançar os seus melhores momentos. Por isso, somos absolutamente favoráveis à criação de trinta e três cargos para Técnico de Enfermagem e de dez para Enfermeiro Alto Padrão, que, compostos, trarão melhores condições na estruturação desta instituição.”

Essa é a manifestação do Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente Ver. Dr. Goulart, embasando um projeto que vem do Governo. Mas, vamos cobrar ações, porque em muitos pontos, em grandes questões, o que a administração petista tem feito aqui é, quando não consegue corresponder aos anseios da população, jogar a culpa no Governo Federal e na política neoliberal. Essa é a fórmula mágica que resolve todos os problemas do Prefeito renunciante e dos demais. Neste momento, queremos dizer que, com responsabilidade e espírito público, a bancada trabalhista do PDT desta Casa vota favoravelmente à criação desses cargos, com a responsabilidade que tem sobre a saúde na cidade de Porto Alegre, e com a responsabilidade de ser guardiã e vigilante nas ações governamentais em relação à saúde.

A aprovação deste Projeto representa também a cobrança que faremos de forma clara em relação às ações de saúde do governo petista que aí se encontra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em votação, nominal, solicitada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, o PLE n.º 038/01. (Pausa.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): A minha Questão de Ordem, Sr. Presidente, é porque pretendo fazer Declaração de Voto e quero a orientação da Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): V. Ex.ª a fará por escrito, tão logo seja concluída a votação.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Agradeço a V. Ex.ª, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em votação nominal o PLE n.º 038/01, solicitada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt. (Após a apuração nominal). Tendo já votado vinte e cinco Srs. Vereadores, declaro encerrada a votação. Faculto àqueles Srs. Vereadores que, eventualmente, se tenham equivocado no seu voto, que o mudem agora. Há algum Sr. Vereador que queira mudar o seu voto?

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, o Ver. Isaac Ainhorn me atrapalhou tanto que eu votei errado. Quero votar “não”, com Declaração de Voto.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Solicito que seja promovida a adequação do voto do Ver. Antonio Hohlfeldt.

Em face de que a votação já havia sido encerrada, nós acolhemos irregularmente seu voto, Ver. Antonio Hohlfeldt e nos penitenciamos perante a Casa pelo nosso equívoco, o que não justificam outros equívocos.

Encerrada a votação. (Após a apuração nominal.) APROVADO o PLE n.º 038/01 por 25 votos SIM e 01 voto NÃO, do Ver. Antonio Hohlfeldt, com Declaração de Voto.

Solicito que o Sr. Secretário proceda à leitura da Declaração de Voto do Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO (Paulo Brum): Declaração de Voto. (Lê.)

“Declaro votar contrário ao Projeto, sem entrar em seu eventual mérito, tendo em vista a absoluta falta de informações existente no mesmo e a inexistência de garantias para que, nomeados esses funcionários, eles o sejam em substituição a funções CCs, de qualquer categoria.

                                                          (a) Ver. Antonio Hohlfeldt”

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Está encerrado o processo de votação.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, agradecendo ao Ver. Estilac Xavier a observação pública, mas ratificando o que eu disse, eu apenas queria pedir que a Taquigrafia substituísse a expressão “Hospital Ernesto Dornelles” por “Hospital Presidente Vargas”, no meu primeiro discurso. No segundo, eu já havia feito a correção devida.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Será atendida a sua solicitação. A Taquigrafia, atenta ao desdobrar desta Sessão, irá tomar as devidas providências.

Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h31min.)

 

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